A cantora e compositora paulistana Miranda Kassin, de 31 anos, teve contato com a soul music desde pequena. O tio dela morava em Nova York e, como apreciava o gênero, colecionava discos da gravadora Motown. Quando ele vinha de férias para o Brasil, toda a família se reunia para ouvir aquelas preciosidades. Em uma temporada nos Estados Unidos, dos 18 aos 23 anos, para cursar a faculdade de propaganda e marketing, ela se aproximou ainda mais do som. “Comecei a frequentar as igrejas dos negros e a gostar de gospel”, diz. “Nesse momento, passei a pensar em música profissionalmente.” De volta a São Paulo, Miranda ganhou notoriedade em 2008, quando apareceu na região do Baixo Augusta com os projetos “I Love Amy” e “Divas do Soul”, nos quais interpretava Amy Winehouse (1983-2011) e figuras relevantes, como Sharon Jones. Em 2010, junto do marido, o ator e cantor André Frateschi, registrou releituras no CD “Hits do Underground”.
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Após explorar tanto o repertório alheio, a intérprete lança seu primeiro trabalho autoral, “Aurora”. “Tem muita coisa boa por aí, e eu achava que o meu CD não faria diferença no mundo”, conta. “Só topei o desafio porque existe uma pressão de que você só é aceito pelo público se compõe.” Na noite de estreia, amparada por Fabio Pinczowski (guitarra, teclados e voz), Piero Damiani (piano, teclados e voz), Renato Cortez (baixo), Angelo Kanaan (bateria) e Fernando Coelho (guitarra), a intérprete mostra as oito faixas de “Aurora” e outras canções próprias. De sonoridade vintage, o álbum gravado em um sítio se aproxima do soul em “Pobre Menina” (nenhuma relação com o sucesso da jovem guarda), mas não segue regras. Flerta com elementos roqueiros, pop e possui até um toque hippie. Produtor ao lado de Pinczowski, Mauro Motoki (violão) faz participação especial.