O diretor Sergei Loznitsa, nascido na Bielorrússia, na época ainda integrada à União Soviética, não poupa a plateia no intenso drama “Minha Felicidade”. Seu longa flerta com o registro documental — há, por exemplo, um extraordinário plano-sequência numa feira, no qual a câmera se aproxima de rostos, rugas e olhares das pessoas. Na trama, o caminhoneiro Georgy (Viktor Nemets) anda por estradas russas e depara com policiais corruptos em um país embrutecido por seu amargo passado.
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Recolhe flagrantes tristes, como o do velho que perdeu a identidade depois da II Guerra e o de uma menina, prostituta por sobrevivência e vontade própria. Na segunda parte do enredo, o protagonista, inerte após ser atacado por ladrões, é explorado, inclusive sexualmente, por uma cigana. Esse retrato tenso e sem concessões encontra ironia no título, numa parábola unilateral da Rússia atual.
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