Em 1996, a paulistana Mariana Lima, de 38 anos, ganhou popularidade com a novela “O Rei do Gado” e não se sentiu à vontade. Voltou-se essencialmente para o palco, fez alguns filmes e, hoje, vive um grande momento profissional.
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Vencedora do Prêmio Shell carioca de melhor atriz, ela brilha ao lado do ator Marco Nanini na tragicomédia “Pterodátilos”, em cartaz no Teatro Faap. Também pode ser vista no cinema em “Amor?” e na TV como a rainha Helena de “Cordel Encantado”.
VEJA SÃO PAULO — No passado você não soube lidar com a popularidade e, agora, passa por uma nova fase de exposição. O que mudou?
Mariana Lima â Eu vejo tudo isso com um olhar bem mais maduro, como a consequência de um trabalho desenvolvido. Não se trata de uma novidade histérica. Quando participei de “O Rei do Gado”, era muito garota e não sabia a força daquilo junto ao público. Fazia dez anos que estava sem atuar em novela e percebo que uma trama das 6 é bem mais leve, além de ser muito legal. Mas, quando sou abordada na rua, normalmente ouço comentários sobre teatro e isso me gratifica.
VEJA SÃO PAULO — Você integrou o Teatro da Vertigem (fez “O Livro de Jó”), mas consolidou a carreira no Rio de Janeiro. Torna-se mais difícil voltar a trabalhar em São Paulo?
Mariana Lima â Eu me sinto uma atriz paulistana fazendo carreira no Rio. Minha família vive em São Paulo e mantive meus amigos. Nunca me “carioquei” completamente. Nas folgas que tive da novela, no mês passado, rodei o filme “A Cadeira do Pai”, ao lado do Wagner Moura, produzido aqui. A vinda de “Pterodátilos” era natural. Diferente é, pela primeira vez, estar em um teatro como o da Faap, frequentado por um público mais elitizado.
VEJA SÃO PAULO — Em meio a tanto trabalho simultâneo, como ficam suas duas filhas, Elena, de 6 anos, e Antonia, de 3?
Mariana Lima â O tempo da mãe é mais precioso do que o da atriz e precisa de qualidade total. Faço disso um exercício para me livrar de qualquer culpa. Eu e o Kike [o ator e diretor Enrique Diaz, marido da atriz e também no elenco de “Cordel Encantado”] levamos às vezes as meninas para o estúdio da Globo, tentamos socializá-las. Também as trago para São Paulo enquanto apresento a peça. Mas fica corrido demais para elas. Eu chego aqui na sexta, volto no sábado pela manhã para gravar novela no Rio e, no fim da tarde, embarco novamente para as sessões de sábado e domingo.