Por pouco o público paulistano não perdeu a chance de conferir O Mundo Mágico de Marc Chagall. Até algumas semanas atrás, a mostra, que passou por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, não viria à cidade. “No último momento, um patrocinador viabilizou”, comemora Teixeira Coelho, curador-chefe do Masp. A exposição aporta em São Paulo menor, sem os óleos vistos por mineiros e cariocas. Ainda assim, é ampla: são 178 gravuras pertencentes a coleções particulares francesas e brasileiras. Elas revelam outra faceta do pintor Marc Chagall, nascido em 1887 na cidade de Vitebsk, atual Bielo-Rússia, e morto em 1985. Grande parte das peças integra três ciclos: As Fábulas de La Fontaine, A Bíblia e Dafne e Cloé. Há também alguns trabalhos sem vinculação a essas séries, inclusive uma obra com uma dedicatória inusitada: “Ao meu amigo desconhecido Mário de Andrade”. “Provavelmente um colega de ambos intermediou a compra e pediu para Chagall dedicá-la”, diz o curador Fábio Magalhães.
Os conjuntos As Fábulas de La Fontaine e A Bíblia, dos anos 30 e 40, foram encomendados pelo célebre marchand francês Ambroise Vollard, mantenedor, entre outros, de Picasso e Van Gogh. Dafne e Cloé é uma criação da maturidade de Chagall, que ficou um tempo na Grécia estudando a luminosidade do lugar. A formidável série, executada a partir de estudos com guache, chegou a exigir 25 pedrasmatrizes em uma única peça. Tudo para alcançar as cores luxuriantes desejadas pelo artista.
Marc Chagall – a partir de sábado (23). Terça, quarta e sexta a domingo e feriados, 11h às 18h; quinta, 11h às 20h. R$ 15,00. Cc: D, M e V. Cd: todos. A bilheteria fecha uma hora antes. Grátis às terças para todos os visitantes; nos demais dias, grátis apenas para menores de 10 anos, pessoas com mais de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas agendados. Até 28 de março.