Num leilão realizado no último dia 25 no hotel Grand Hyatt, no Brooklin, uma plateia formada por executivos e personalidades, como o presidente da TAM, Líbano Barroso, e o ex-nadador Gustavo Borges, arrematou alguns pacotes vips, entre eles uma viagem para conferir ao vivo a próxima edição do Grammy, nos Estados Unidos, e uma partida de golfe com o craque Ronaldo. Por trás de toda essa badalação havia uma causa nobre. O total de 700.000 reais arrecadados na ocasião (e em ações anteriores) vai servir agora para viabilizar em 2012 os sonhos de 300 crianças e adolescentes portadores de doenças graves e que correm sério risco de vida.
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A entidade responsável pelo trabalho, a ONG americana Make-a-Wish (faça um desejo, em português), surgiu em 1980 e está no Brasil há três anos, onde opera a partir de sua sede no bairro paulistano do Paraíso. “Ao ver o seu anseio atendido, a pessoa encontra esperança para lutar”, diz Leda Tannus, diretora da Make-a-Wish, que recebe também doações pelo site www.makeawishbrasil.com.br.
Até hoje, a organização atendeu 313 jovens entre 3 e 18 anos, com histórias tocantes como a da estudante paulistana Melissa Alexandrino, de 12 anos, moradora de Pirituba, na Zona Oeste. Após sentir fortes dores no corpo, a garota recebeu dos médicos o diagnóstico de câncer, dias antes de sua festa de aniversário de 3 anos, que foi cancelada às pressas porque ela deixou de andar. Alojado no rim, o tumor em estágio avançado estava com 14 centímetros de diâmetro, e o processo de metástase já espalhava a doença para outras partes do corpo, como fígado, coluna vertebral e ossos da cabeça. Depois de um doloroso tratamento que envolveu seis anos de quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia (a retirada do rim direito), a menina acabou curada. Apesar disso, andava triste porque seu cabelo nunca mais havia voltado a crescer. Seu sonho era ganhar de presente uma peruca para poder frequentar as aulas da escola sem chamar a atenção dos colegas. Em 2009, a turma da Make-a-Wish resolveu o problema. “Ela recuperou a autoestima”, diz a mãe, Eva Vilma Alexandrino.
As aspirações, no entanto, nem sempre têm relação direta com a doença. Diagnosticada em 2009 com câncer no ovário, a estudante Naira Joice de Moura, de 14 anos, que vive em Mogi das Cruzes, a 63 quilômetros da capital, quis ganhar um laptop rosa do jogador Dentinho, ex-atacante do Corinthians, atualmente no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Seu pedido foi atendido em abril. “Ele me fez esquecer de tudo por um dia”, lembra Naira, que hoje está curada da doença.
Com dificuldade para movimentar braços e pernas por causa de uma paralisia cerebral, Wellington Henrique Lourenço, de 11 anos, morador do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo, queria muito conhecer pessoalmente a apresentadora Xuxa. Em consequência de um parto prematuro, o menino sofreu uma hemorragia cerebral que lhe deixou as sequelas. Há dois anos, recebeu de presente uma viagem ao Rio de Janeiro e encontrou-se com a artista. “Ele quase pulou da cadeira de rodas de tanta felicidade”, diz a mãe, a auxiliar de enfermagem Raimunda Monteiro, que trabalha à noite e cuida do filho durante o dia.
AJUDA PROVIDENCIAL
Números da instituição cujo objetivo é levar esperança a jovens que correm risco de vida
36 escritórios estão espalhados pelo mundo. A entidade chegou ao Brasil em 2008
313 pacientes entre 3 e 18 anos foram atendidos até hoje no país
700.000 reais foi a verba arrecadada para ações em 2012