Cerca de 63% dos professores aposentados da rede pública municipal paulistana recebem pelo menos 10 000 reais por mês. No caso dos diretores de escola das mesmas instituições, aproximadamente 74% ganham aposentadoria igual ou superior a 16 000 reais.
Os dados estão disponíveis no portal Contas Abertas, da própria prefeitura, e são referentes ao mês de janeiro deste ano. A rede do município conta com 29 067 professores e 1 824 diretores aposentados.
Para efeito de comparação, o teto do INSS é de 5 832,11 reais. A média salarial dos aposentados pelo regime era de 1 318,78 reais em outubro passado, o último dado atualizado pelo instituto. Isso é pouco mais do que 10% do que recebem a maioria dos professores aposentados do município de São Paulo.
Segundo a prefeitura, o rombo na previdência municipal é de 5,4 bilhões de reais. A previsão era de que, em 2019, esse valor subisse para 6,1 bilhões de reais. Com o aumento da contribuição, a administração deixará de gastar aproximadamente 400 milhões de reais.
Um projeto de reforma previdenciária municipal foi aprovado pela Câmara dos Vereadores no último dia 26 de dezembro e sancionado no dia seguinte pelo prefeito Bruno Covas. Com a nova regra, a contribuição dos funcionários públicos passará de 11% para 14%. Além disso, o projeto estabelece a criação de um sistema complementar para novos trabalhadores, com remuneração superior ao teto de 5 600 reais.
Na segunda-feira (28), em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, Covas se referiu à questão. “Nossa reforma não foi apenas para aumentar a alíquota. Agora não tem mais aposentadoria no valor integral. Mexemos em uma disparidade que era muito grande”, declarou.