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Leandro Neves: dono da maior rede de cachorros-quentes

Ex-dogueiro de rua, ele se tornou o bambambã com a rede Black Dog

Por Fabio Wright
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h35
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  • De jeans, tênis de marca e com pose de garotão, o paulistano Leandro Neves, de 32 anos, passa despercebido entre os jovens clientes da concorrida lanchonete Black Dog, nos Jardins. É hora do almoço e pelo menos uma dúzia de estudantes aguarda na fila por um dos sarados hot-dogs oferecidos ali. Eles nem imaginam, porém, estar diante do maior vendedor de cachorros-quentes da cidade. Ex-dogueiro de rua, Neves comanda hoje uma rede que não pára de crescer. Em abril, a mais antiga de suas lojas, a da Alameda Joaquim Eugênio de Lima, ganhou uma nova sede, nove vezes maior. Transferiu-se do acanhado número 565 para um casarão quase em frente, com 400 metros quadrados. Lá, trabalham 49 funcionários, que se revezam em turnos nas 24 horas do dia. Das oito unidades da Black Dog, cinco são franquias. Até março de 2007, Neves promete expandir os negócios com a inauguração de outras seis. “As pessoas vêem a atividade de vender hot-dog como temporária; eu decidi levá-la a sério”, afirma.

    Antes de se profissionalizar, o bambambã dos cachorros-quentes preparava os sanduíches numa barraquinha de inox em frente ao prédio da Gazeta, na Avenida Paulista. Sua marca registrada sempre foram os lanches incrementados com molhos e outros ingredientes. “Era um dos únicos da região que oferecia cheddar, por exemplo”, lembra. Cansado de funcionar fora da lei e de driblar os fiscais da prefeitura, decidiu abrir a primeira loja em 2001. Foi aí que o dogueiro, apesar de ter parado de estudar no ensino médio, mostrou visão de marketing. Com a ajuda de um amigo, juntou ao nome Black Dog (emprestado de uma música da banda de rock dos anos 70 Led Zeppelin) o desenho de um simpático cachorrinho com um ketchup nas mãos – logotipo que identifica suas lojas – e deu um perfil de fast-food aos estabelecimentos.

    Embora o cliente possa montar o sanduíche como preferir, o carro-chefe do Black Dog é o chamado dogão completo, com onze ingredientes (purê, batata palha, chilli, parmesão, milho verde…) e uma salsicha de 20 centímetros. Custa 4,50 reais e pesa cerca de 550 gramas. Muita gente torce o nariz para essa combinação, mas ele calcula vender cerca de 120.000 hot-dogs por mês. “Já faço concorrência até ao McDonald’s”, exagera. O cardápio traz outros cinco tipos de salsicha, além da tradicional: defumada, picante, condimentada e as de frango e de soja. Casado e pai de duas filhas, o empresário não fala em faturamento e diz morar num apartamento alugado no Paraíso. “Prefiro montar mais uma loja da Black Dog a comprar um imóvel próprio.”

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