A Justiça manteve no ar uma propaganda de Tarcísio de Freitas (Republicanos) que chama Fernando Haddad (PT) de “pior prefeito” de São Paulo. O petista havia acionado o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) afirmando que a peça do adversário, que foi veiculada em rádios, tem “fatos descontextualizados” e tem como objetivo “degradá-lo e humilhá-lo”.
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Na propaganda, há um jingle que canta: “Diz ai que foi, pior prefeito. Se você não lembra, agora a gente vai lembrar para você!!!!”. Em seguida, uma locutora diz: “No tempo do Haddad, muita coisa aumentou. Aumentou a quantidade de moradores de rua, a cracolândia, a falta de professor, o IPTU. Tem coisa tão ruim, tão ruim, que a galera prefere esquecer mesmo!”. E o jingle continua: “Diz ai que foi, pior prefeito. Se você não lembra, agora a gente vai lembrar para você. É do PT!!!!!”.
A juíza Maria Claudia Bedotti decidiu, na última sexta-feira (14), que a propaganda não tem nenhuma irregularidade. Na decisão, ela afirma que a frase “pior prefeito de São Paulo” não configura “fato que possa ser aferido objetivamente, traduzindo mera crítica própria do debate político eleitoral”.
Em sua visão, é apenas um conteúdo que questiona a capacidade de gestão do candidato, “sem resvalar para o lado pessoal”, e destacou que uma pessoa que pretende postular um cargo público precisa “tolerar a realização de críticas de caráter político a ele dirigidas de forma mais acentuada, bem como deve ter em mente que sua honra e imagem não se identificam com as de pessoa comum”.
A juíza ainda lembrou que, em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve no ar uma propaganda de Jair Bolsonaro (PL, na época no PSL) que dizia que Haddad – que na ocasião tentava se eleger presidente da República – teria sido avaliado como o pior prefeito do Brasil.
Cabe recurso ao plenário do TRE-SP.