A Justiça de São Paulo suspendeu as operações e tirou do ar a loja virtual da Ikeg, empresa que comercializa chopeiras portáteis, copos, canecas e garrafas térmicas de cerveja, entre outros produtos, que se tornaram modinha. A empresa, cujos itens prometem boa conservação de temperatura, é concorrente da Stanley, empresa norte-americana que comercializa esses produtos há quase 110 anos.
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O diferencial dos produtos da Ikeg Tech Comércio de Produtos Eletrônicos Ltda, segundo a própria marca, é o preço, que chegam a ter quase um terço do cobrado pela Stanley. O problema é que nos últimos meses a Ikeg passou a atrasar a entrega dos itens e, mais recentemente, simplesmente não os entregar, segundo a denúncia formulada pelo Ministério Público Estadual, autor da ação civil pública contra a empresa.
Segundo cita em sua decisão a juíza Renata Martins de Carvalho, da 17ª Vara Cível, os consumidores também não conseguiam ter os valores pagos devolvidos. Só no Procon.SP estão acumuladas quase 500 denúncias contra a empresa. Os três maiores grupos contra a empresa no Facebook, denominados “Ikeg atrasados e indignados”, “Enganados pela Ikeg” e “Golpe da Ikeg” reúnem mais de 10 000 integrantes.
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Um inquérito civil foi instaurado, mas nem mesmo a Justiça conseguiu localizar os responsáveis pela empresa, segundo mencionado na ação. “Apesar de notificação no Inquérito Civil que tramitava perante a Promotoria de Justiça, a requerida permaneceu inerte, sem apresentar esclarecimentos ou demonstrar as medidas adotadas para solucionar os problemas/reclamações dos consumidores”, escreveu a juíza.
Mesmo com as várias reclamações e do inquérito em andamento, a Ikeg continuava vendendo os produtos em seu site antes da decisão da última quarta-feira (9). A ação informa ainda que a tática da empresa, cujos produtos são fabricados na China, é justamente os preços atraentes. No entendimento da juíza Renata Martins de Carvalho, trata-se de propaganda enganosa.
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“Os elementos de prova junto a inicial demonstram que a requerida tem atuado em sentido diverso, ou seja, não cumpre com a entrega dos produtos vendidos e/ou não devolve as quantias pagas pelos consumidores (quando não entrega os produtos), em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor. Assim sendo, considerando o número significativo de potenciais adquirentes dos produtos, em decorrência de ofertas atraentes, que podem configurar oferta e propaganda enganosas”, escreve a juíza.
A reportagem das Vejinha tentou entrar em contato pela Ikeg por meio do número de telefone informado em seu site, porém, ninguém atendeu.
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Situação da empresa
Segundo consta no site da Receita Federal, a filial da Ikeg Tech Comércio de Produtos Eletrônicos Ltda, alvo da ação judicial em São Paulo, foi criada no dia 29 de novembro de 2019 no bairro do Tatuapé, na Zona Leste. A empresa, porém, existe desde 2018 em Cuiabá (MT) com outro número de CNPJ.
Entre as cerca de 20 atividades econômicas cadastradas de ambos CNPJs, nenhuma está ligada a confecção dos produtos, mas apenas a comércio atacadista de vários produtos, transporte de itens e criação de sites.