Mesmo mancando e sangrando, um cavalo da PM (Polícia Militar) que integrava o policiamento nas imediações da rua Palestra, no último sábado (12), foi montado e obrigado a cavalgar durante a confusão que deixou um torcedor palmeirense morto.
As imagens foram obtidas por um fotógrafo que presenciou a cena. Ele conta que foi até o local para cobrir a torcida do Palmeiras durante a final do Mundial Interclubes da Fifa. Após a derrota do time para o Chelsea por 2 a 1, a confusão teve início.
Segundo o fotógrafo, para tentar conter a multidão, integrantes da PM montados em cavalos avançaram contra os torcedores. Na confusão, uma grade metálica atingiu a perna de um dos cavalos, ferindo-o.
Mesmo sangrando e com um buraco no que parece ser o seu tornozelo, ele continua no local com os demais cavalos. As cenas mostram que um dos policiais (que carrega uma sacola, geralmente usada para armazenar as bombas de efeito moral lançadas para dispersão a multidão), conversa com outro. Depois da conversa, um deles monta no cavalo e, mesmo mancando, o obriga a marchar. Confira abaixo.
Para a advogada Vanice Teixeira Orlandi, presidente da UIPA (União Internacional de Proteção aos Animais), as imagens denotam claro maus-tratos. Por princípio, ela critica o uso de animais para policiamento, e diz que a atitude dos policiais envolvidos deve ser alvo de investigação.
Procurada por intermédio de sua assessoria de imprensa para comentar o assunto na manhã desta quinta-feira, a PM respondeu sobre o assunto apenas no início da noite.
A nota informa que o animal sofreu apenas de escoriações e diz zelar pela integridade física de todos os animais empregados na atividade policial.
Confira abaixo a íntegra da nota:
“A Polícia Militar esclarece que o cavalo está bem, tendo se restabelecido e que, apesar das fortes imagens ele sofreu escoriações, não tendo sido necessário nenhuma intervenção mais complexa. No sábado passado (12) durante as ações de controle de distúrbios, o cavalo foi ferido por gradis derrubados por vândalos. O policial militar que o conduzia, ao perceber o ferimento, de imediato apeou (desceu), realizando análise dos ferimentos. Com o apoio de um Auxiliar Veterinário, que acompanha todas as equipes em ação, confirmou se tratar de escoriações. O policial montou no cavalo novamente apenas para realizar o deslocamento do local onde estava até o caminhão, numa distância de aproximadamente trezentos metros com destino à sede do Quartel da Cavalaria, passando por atendimento com os médicos veterinários. A Polícia Militar esclarece que se preocupa e zela pela integridade física de todos os animais empregados na atividade policial, tratando-os com dignidade e respeito.”
