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Homem negro fica de cueca em supermercado para demonstrar que não cometeu furto

Luiz Carlos, de 56 anos, foi abordado por funcionários da rede Assaí: "comecei a chorar porque não podia fazer nada". Empregados foram afastados

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 ago 2021, 12h47 - Publicado em 10 ago 2021, 12h17
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  • O metalúrgico Luiz Carlos da Silva, um homem negro de 56 anos,  tirou parte de suas roupas sob suspeita de ter cometido algum furto na última sexta-feira (6). O caso aconteceu em um atacadista da rede Assaí, em Limeira, no interior paulista, e a vítima registrou um boletim de ocorrência por constrangimento. Em nota, a empresa afirmou que se “desculpa pela abordagem indevida”.

    De acordo com o boletim, da Silva foi abordado por dois seguranças, que desconfiaram que ele estaria escondendo produtos para roubá-los. Eles teriam pedido para o metalúrgico tirar a blusa em um primeiro momento, mas seguiram desconfiados. “Abri a blusa, e ele falou: ‘dá para levantar a camiseta?’, e eu falei que dava, levantei a camiseta e ficaram olhando um para o outro. Se eles começassem a falar antes daquilo que eu mostrei para eles ‘me desculpa, você pode ir embora’, mas começaram a olhar um para outro com aquela desconfiança”, conta, em entrevista ao EPTV.

    Depois, disse que ficou muito nervoso, e tirou outras peças de roupas e itens de seu bolso para acabar com as suspeitas. O momento foi gravado. “Eu roubei alguma coisa nessa loja, caramba?! Eu vim aqui para comprar alguma coisa e me chamam de ladrão! Olha aqui (aponta para seus pertences e roupas no chão), tem alguma coisa aqui!?”, grita enquanto é cercado por funcionários e está somente de cueca.

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    Luiz da Silva é morador de Iracemápolis e foi ao centro de Limeira para pesquisar preços no atacadista. “Andei pelo mercado todo, pesquisei os preços, e achei muito caro. Achando muito caro, eu estava saindo já, estava sem bolsa. Como estava de boné e blusa comprida, fui saindo e dois seguranças falaram: ‘dá para você encostar ali para ver se você está com alguma coisa embaixo da blusa?’, explicou à emissora de TV. “Deu vontade de brigar, mas no meu pensamento, se eu for brigar estou errado. Então, eu comecei a chorar porque não podia bater, brigar, nem fazer nada”.

    A vítima registrou a ocorrência como constrangimento, no sábado (7), um dia após o episódio. A Secretaria de Segurança Pública informou que a ocorrência foi tipificada desta forma pelas informações obtidas até o momento, mas pode sofrer mudanças durante as investigações.

    Por meio de nota, a Assaí afirmou que a abordagem à vítima foi conduzida por um funcionário da empresa e outro terceirizado. Na última segunda-feira (9), o empregado responsável pela abordagem foi demitido. O segurança da empresa terceirizada foi afastado. “A companhia recebeu com indignação as imagens dos vídeos e se solidariza totalmente com o cliente. Outras providências necessárias serão tomadas tão logo a investigação estiver encerrada. O caso deixa a companhia certa de que precisa reforçar ainda mais os processos com a loja em questão e todas as demais“, diz o texto.

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