Desde 2004, de maneira informal, o 3º andar da Estação Pinacoteca tem sido reservado a exposições de artes gráficas. O museu resolveu oficializar a decisão batizando o espaço de Gabinete de Gravura Guita e José Mindlin e inaugurando ali, a partir de sábado (21), duas coletivas dedicadas ao gênero. A primeira delas, de longa duração, é “Gravura Brasileira no Acervo da Pinacoteca de São Paulo — 100 Anos”. Estão representados 105 nomes, cada um com uma obra, e espalhados por núcleos, a começar pela inauguração de cunho expressionista e social de Lasar Segall, Oswaldo Goeldi e Livio Abramo até chegar à abstração de Iberê Camargo, Fayga Ostrower e Farnese de Andrade. Há ainda eixos de construtivistas, da geração pop e inclusive alguns contemporâneos, caso de Elisa Bracher, Sergio Fingermann e outros.
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Pensada ao mesmo tempo como um contraponto e um complemento a essa montagem, a temporária “Gravura em Campo Expandido” discute o alcance do suporte nestes tempos de produção digital. “Muitas vezes os artistas fazem uso de expedientes de impressão para montar uma linguagem própria, derivada de características de outras técnicas”, diz Carlos Martins, curador das duas mostras. Rosangela Rennó, por exemplo, apropria-se da fotografia, Emanoel Araujo se aproxima da escultura e Mira Schendel, nas “Monotipias”, cria a partir de desenhos em papel japonês. “É curioso notar que não se trata de um fenômeno recente. Já na década de 50, Samson Flexor inspirava-se em formas típicas de xilos para pintar com guache”, afirma Martins. Completam essa seleção de 54 nomes Regina Silveira, Daniel Senise, Beatriz Milhazes e Maria Bonomi.