Nos próximos oito meses, um grupo de funcionários públicos do governo do Estado vai fazer parte do teste de um projeto para reduzir gastos públicos fixos e, se possível, aumentar a produtividade no funcionalismo. A ideia é trabalhar em casa, sem aparecer nas repartições três vezes na semana.
O “teletrabalho” está sendo testado na Secretaria Estadual da Fazenda e na Procuradoria Geral do Estado. Funcionários inscritos no programa podem trabalhar de casa de terça a quinta-feira, desde que se prontifiquem, caso necessário, a chegar ao local de trabalho em até duas horas. Outros órgãos estaduais podem apresentar projetos para fazer testes semelhantes.
“Tenho um filho de 3 anos e achava que seria bom. Mas não achava que seria tão bom”, diz, enfatizando o “tão”, a servidora Patrícia Cozentino, de 38 anos, funcionária da Fazenda. “Quando você tem horário fixo, principalmente com criança, fica mais difícil. Você tem de colocar a criança na agenda. Com o horário mais flexibilizado, tudo fica mais fácil”, conta.
Patrícia é servidora em um setor de revisão de processos administrativos. Trabalha só no computador – que pode estar em qualquer lugar do mundo. “Todo o setor é informatizado há bastante tempo. Tudo pode ser feito remotamente, sem nenhuma perda”, afirma.
“Você só entende quando sente. Uma coisa é você acordar, se arrumar, tomar banho, um café, andar, pegar carro, andar de metrô e trabalhar. Quando tira essa rotina de você, tira todo o cansaço, o estresse, e começa a trabalhar muito melhor”, diz ela.
Segundo o secretário da Fazenda, Hélcio Tokeshi, esse bem-estar já dá resultado. “Os funcionários que estão no Teletrabalho têm produtividade 15% maior.”
Para o professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas Marco Antônio Carvalho Teixeira medidas nesse sentido podem de fato elevar a produtividade e reduzir custos. “É preciso ficar atento a questões de segurança da informação”, destaca.