Sem que as distribuidoras consigam entregar combustível nos postos de São Paulo, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de São Paulo (Sincopetro) alerta os consumidores sobre a qualidade do produto que está sendo vendido em alguns pontos da cidade.
“Todas as bases de distribuição estão fechadas. O produto que saiu foi com escolta policial e exclusivamente para atender os veículos de serviços essenciais da Prefeitura e a polícia. De onde vem esse combustível que estão vendendo, eu não sei”, diz José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro.
Segundo ele, mesmo com o desbloqueio das rodovias, faltam caminhões para trazer o produto para a capital. A assessoria de imprensa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) afirma que a organização não tem conhecimento de nenhuma usina de etanol que esteja abastecendo os postos paulistas.
Na Zona Norte, motoristas aguardavam para abastecer o carro por quase três horas. O taxista Edson Santos, de 63 anos, diz desconfiar da procedência do combustível, mas iria comprá-lo por falta de opção. “É claro que tenho dúvida sobre a qualidade desse etanol, mas não tenho opção. Estou há dois dias sem trabalhar porque não encontrei outro local para abastecer”, conta.
O auxiliar de compras Teógenes Montenegro, de 34 anos, que também trabalha como motorista para aplicativos, também diz desconfiar do produto. “Tenho que trabalhar amanhã (segunda-feira) e não tem outro posto aberto. Passei por mais de dez e todos estavam fechados. Nesse momento, a gente acaba arriscando”, diz.