Gabriella Pascolato, empresária
Chegou em: 1945
Natural de: Tortona (Itália)
“Depois de quarenta dias num campo de refugiados na Suíça, onde trabalhava na horta, vim para o Brasil com marido, dois filhos e governanta. Aos 28 anos, minha maior preocupação era proteger minha família. Tive a opção de me mudar para a Argentina, mas não gostei da maneira como fui tratada no consulado deles. Fiquei com a impressão de eles serem antipáticos. Além disso, uma amiga minha conhecia o presidente Getúlio Vargas. Ela me ajudou a conseguir os vistos. Desembarquei no Rio de Janeiro e me mudei para cá um mês depois. No início, passamos um período hospedados numa das casas dos Matarazzo, que já tinham enriquecido muito e me cederam até motorista. Comecei a importar peças do artesão que era meu sapateiro na Itália. Ele se chamava Salvatore Ferragamo. Vendia os produtos na butique Modas Avadis, vizinha da Casa Vogue, ambas na Rua Marconi, espécie de Oscar Freire da época. Mas tive de parar com o negócio quando o governo Dutra (1946-1951) baixou uma medida que controlava a importação de artigos de luxo. Então, por sugestão de um tecelão italiano que veio para cá também depois da guerra, decidi abrir uma fabriqueta de moda, a tecelagem Santaconstancia. Hoje temos mais de 1 000 funcionários.”