Um grupo com cerca de 200 indígenas ocuparam o prédio da sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Itanhaém, no litoral paulista. A ocupação aconteceu como forma de protesto contra a troca de um coordenador regional da entidade, anunciada pela Funai em 21 de novembro.
Membros de várias tribos da região sudeste se rebelaram quando tiveram notícia da exoneração de Cristiano Huther, figura até então querida pelas comunidades. Huther foi substituído por Roberto Cortez de Sousa, classificado por líderes da mobilização como um “militar, um tenente reformado, que não conhece a realidade das comunidades indígenas”.
“O presidente da Funai nomeou um militar que não conhece a realidade e que nunca teve experiência com as comunidades indígenas. Huther atuou com elas por mais de 19 anos”, diz Verá Danilo, cacique da tribo Itaóca, localizada no município de Mongaguá, também no litoral.
Ainda segundo Verá, nenhuma liderança indígena foi consultada antes de a Funai sacramentar a troca na coordenação regional. “Não houve consulta nenhuma. Ficou chato para a gente”, reclama.
O líder da tribo Itaóca disse ainda que os manifestantes tentaram uma reunião com a presidência da Funais, mas contou que foram ignorados após diversas tentativas de diálogo.
Os indígenas estão mobilizados desde o dia 26 de novembro e permanecem no prédio da instituição até o momento. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Funai informou que só vai retomar os contatos com as comunidades depois que elas desocuparem o prédio da instituição.
Comunicou também que já pediu a reintegração de posse do espaço e pediu que a Polícia Federal instaure um inquérito para averiguar se houve dano ao patrimônio, medidas consideradas protocolares pela fundação.