Nome: Eduardo Lyra l Profissão: escritor l Atitude transformadora: criou o Instituto Gerando Falcões, que orienta jovens da periferia por meio de cursos, oficinas e palestras
Há dois meses, Eduardo Lyra recebeu uma carta enviada de um presídio de São Paulo. Ao conferir o remetente, reconheceu o nome de um amigo de infância, vivida numa favela do Jardim Cumbica, em Guarulhos. “Condenado por sequestro, ele me disse que quer sair do crime e ensinar crianças a jogar futebol após cumprir a pena”, conta. O colega estava inspirado pela leitura de Jovens Falcões, que Lyra escreveuem 2011. O livro narra a trajetória de catorze jovens que, por meio de estudo, persistência e criatividade, venceram desafios e se tornaram bem-sucedidos em sua área. Lançada de forma independente, a obra alcançou a marca de 15 000 exemplares vendidos e ajudou o autor a fundar, há dois anos, o Instituto Gerando Falcões.
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Com oficinas de esportes, hip-hop e palestras motivacionais em escolas da Zona Leste, a entidade incentiva jovens da periferia a lutar por um destino melhor. Baseada em Poá, na Grande São Paulo, conta com uma equipe de onze pessoas e um orçamento mensal de 20 000 reais, e chega a atender cerca de100 000 crianças e adolescentes por ano.
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A própria trajetória de Lyra serve como inspiração. “Nasci em um barraco e minha mãe, diarista, cozinhava em latasde alumínio”, lembra. Filho único, ele viu o pai ser preso duas vezes por tráfico de drogas antes de completar 10 anos de idade. Graças às palavras de incentivo da mãe, estudou e trilhou outro caminho. Aos 19 anos, começou a cursar jornalismo na Universidade de Mogi das Cruzes.
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Na faculdade, foi considerado repórter revelação pelo Instituto Itaú Cultural. Hoje também pertence ao Global Shapers, iniciativado Fórum Econômico Mundial que seleciona jovens líderes de menos de 30 anos com potencial para mudar o mundo. Há três anos, o vídeo de uma de suas entrevistas esteve por duas semanas entre os mais vistos do YouTube. “Sou um erro de cálculo. Pela estatística social, eu deveria ter me tornado bandido ou estar em um subemprego. Meu objetivo é criar mais ‘erros’ como esse.”