A secretaria de estado da Saúde anunciou na tarde desta quinta (18) que irá repassar 3 milhões de reais, em caráter emergencial, ao Hospital São Paulo. Ligada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a unidade de saúde decidiu suspender a partir desta quinta (18) todas as internações eletivas (aquelas que não são de emergência). Atendimentos de urgência e emergência não foram interrompidos.
A medida se dá em meio a uma séria crise financeira da instituição, que tem uma dívida de cerca de 50 milhões de reais. No local, são atendidos mais de 900 casos por dia no serviços de urgência e emergência. A suspensão temporária de parte das atividades, segundo o hospital, foi realizada para “preservar os pacientes já internados”.
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Em nota, a instituição alega ainda que enfrenta uma “enorme demanda em nosso serviço de urgência e emergência com pacientes graves vindos sem nenhuma regulação por conta da desestruturação de outras unidades de atendimento de saúde públicas, seja por falta de médicos ou recursos. Essas situações inevitavelmente impactam e sobrecarregam o pronto-socorro e a equipe profissional”.
De acordo com o secretário de estado da Saúde David Uip, a pasta não foi avisada sobre a paralisação nos atendimentos. “Ficamos sabendo apenas ontem à noite pela imprensa”, disse. Uip afirma que os problemas da unidade podem estar ligados ao subfinanciado do Ministério da Saúde e à demissão de funcionários. “O Sistema Único de Saúde repassa apenas cerca de 60% do valor usado na alta complexidade, por exemplo.”
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O secretário alfinetou a gestão federal ao afirmar que o estado é obrigado a financiar um terço dos custos do Hospital São Paulo. “Estamos acudindo a unidade em prol da população”, disse. “O único hospital federal de São Paulo deveria ser um brinco, totalmente financiado pelo governo federal. Essa é uma situação constrangedora.”
O repasse autorizado pelo governo estadual tem o objetivo de evitar que cirurgias já programadas sejam suspensas ou canceladas. O pagamento está vinculado à volta nos atendimentos eletivos. Em 2014, a secretaria de Saúde já havia feito uma transferência emergencial de 5 milhões de reais à unidade.
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Dez hospitais da gestão estadual, entre eles o Mandaqui, o Hospital das Clínicas e o Santa Marcelina, poderão realizar as cirurgias eletivas previstas para acontecer no Hospital São Paulo. “Eles estão de sobreaviso, mas acredito que isso não será necessário”, disse Uip.