Saem as tradicionais lousas e entram intrincados games e outros recursos tecnológicos. Crianças e adultos matriculados nas principais redes de idiomas da capital têm à disposição plataformas que utilizam desde realidade aumentada até robótica para facilitar o aprendizado.
Na Red Balloon, por exemplo, um jogo eletrônico de simulação da vida real inspirado em sucessos como The Sims e FarmVille é a principal novidade. O aplicativo tem uma cidade como cenário, e nela o aluno deve percorrer ruas e entrar em prédios para cumprir atividades. Em um estádio, ele pode escutar uma música em inglês e ser convidado a completar a letra. À medida que avança, ganha móveis para mobiliar uma casa virtual.
“Trabalhamos com uma geração que nasceu em um ambiente digital e percebemos a necessidade de interagir dessa forma”, afirma Paula Giannini, responsável pela criação dos materiais didáticos da rede. A chamada “gamificação” também é usada pelo Yázigi, com um programa em que possibilita ao aluno fazer uma viagem virtual por países de língua inglesa, explorando os hábitos culturais de cada local.
Um dos pioneiros na área, o CNA passou a contar com lousas interativas em 2007 e, de lá para cá, lançou dezoito aplicativos para tablet e celular. O mais famoso deles consiste em uma plataforma que engloba diversos recursos, como jogos que utilizam realidade aumentada e plantão de dúvidas on-line com professores.
Nessa seara, há até caneta que fala. Lançado em 2011 pela Wizard, o instrumento “lê” palavras quando é passado sobre um livro, auxiliando na compreensão de sua pronúncia. Recentemente, o uso da tecnologia foi intensificado para alguns alunos da rede. No curso Interactive, é possível fazer exercícios por meio de um tablet conectado a um sistema que permite ao professor acompanhar a evolução do estudante.
Seguindo a mesma linha, a Cultura Inglesa lançou no ano passado o My Guide, um guia de estudos on-line em forma de aplicativo. Nele é possível revisar conteúdos sem a necessidade de recorrer a muitos livros didáticos. Sucesso da empresa, a plataforma teve mais de 22 000 downloads desde o lançamento. “Os alunos gostam principalmente porque não perdem aula mesmo se faltarem”, afirma o coordenador acadêmico da rede, Rubens Heredia. No caso das crianças e dos adolescentes, o recurso disponibiliza também uma função de leitura em português para que os pais acompanhem a evolução do filho.
Além de terem as aulas na ponta dos dedos, os alunos podem aprender pondo a mão na massa sem deixar de lado a tecnologia. A proposta da Alumni para a garotada de até 13 anos é incentivá-la a criar um protótipo enquanto se comunica na língua inglesa. Em uma das atividades recentes, os alunos aprenderam princípios de geometria e hidráulica para montar um robô. O instrumento funcionou tão bem que foi exposto em uma feira de invenção e criatividade da USP em março do ano passado.
Em outra proposta, parecida com os jogos de desafios como o Escape 60, eles tiveram de construir um rádio, com o objetivo de disparar uma sirene para ser “salvos” da sala onde estavam confinados. “A criança conquista vocabulário maior a partir das vivências”, acredita a advogada Cibele Costa Zanotta, mãe de uma das alunas da escola.