Nome: Laé de Souza l Profissão: escritor I Atitude transformadora: criou um projeto de incentivo à leitura para crianças de escolas públicas
Em 1969, quando tinha 17 anos, o escritor Laé de Souza começou a publicar colunas e crônicas em jornais. Dois anos depois, passou a emplacar histórias em editoras infantojuvenis. De lá para cá, publicou 23 livros, entre eles, Acontece…, de 1990, com mais de 250 000 exemplares vendidos.
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O sucesso como autor, no entanto, não foi capaz de satisfazer a vontade de colaborar para o aumento do índice de leitura entre crianças. Assim, em 1998, ele criou o projeto “Encontro com o escritor”, em que suas obras eram emprestadas a colégios públicos para ser usadas em atividades de compreensão e interpretação de texto. Ao fim do semestre, Souza ia à sala de aula para fazer uma palestra e discutir sobre processo criativo.
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A iniciativa, que começou em quinze escolas da capital, hoje atinge 350 instituições no país, rebatizado de “Ler é bom, experimente!”. Dos 52 000 beneficiados, cerca de 5 000 são paulistanos. O crescimento exigiu adaptações na ideia original. “Ficou impossível atender todos pessoalmente. Agora o professor recebe um manual com o roteiro do que deve aplicar nas aulas”, diz. Para substituir o encontro presencial, surgiu uma oficina informal de escrita, na qual os alunos são estimulados a produzir os próprios textos. Os melhores, em torno de trinta, são publicados em uma coletânea anual.
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A partir de 2000, o esforço de Laé evoluiu para outros programas semelhantes, todos englobados sob o nome Projetos de Leitura. Exemplo disso é a Caravana da Leitura, uma espécie de loja itinerante que vende seus livros por valores simbólicos, na faixa de 2 reais. Ocorre seis vezes por ano em diferentes espaços, e a próxima edição será no Parque do Ibirapuera, no próximo dia 26. O escritório também passou a promover encontros com grupos da terceira idade, internos da Fundação Casa e pacientes de hospital.
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O orçamento anual da entidade é de 400 000 reais, captados por meio de patrocinadores e da Lei de Incentivo à Cultura. “É muito gratificante oferecer livros a quem não costuma ter acesso a eles”, afirma.