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Equipe responsável por cirurgia de mulher trans é alvo de investigação em SP

Lorena Muniz morreu por ter inalado fumaça tóxica durante incêndio em clínica em que colocaria implantes de silicone, segundo prontuário

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 abr 2021, 15h26 - Publicado em 18 abr 2021, 15h25
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  • A equipe responsável pela cirurgia de Lorena Muniz, mulher trans que morreu em fevereiro por ter inalado fumaça durante um incêndio na clínica em que colocaria silicone em São Paulo, é alvo de um inquérito policial e de diversos processos judiciais movidos por outras pacientes. As informações são do G1.

    Apesar de se apresentar como Dr. Paulino de Souza nas redes sociais, o homem que negocia as cirurgias com as pacientes (e com quem Lorena acertou seu procedimento, segundo seu marido) não tem registro como médico. Em grupos de mulheres trans e travestis, Paulino é conhecido por oferecer cirurgias plásticas baratas e atrair pacientes de diversos lugares do Brasil.

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    A clínica de Paulino em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, um dos locais onde eram realizados os procedimentos cirúrgicos, foi interditada pela Vigilância Sanitária em 2 de fevereiro por irregularidades, entre elas a ausência de documentos que “comprovassem o vínculo empregatício de médicos ou enfermeiros”.

    Segundo a Defensoria Pública, a cirurgia de Lorena só foi marcada em uma clínica no Centro de São Paulo porque a unidade principal já havia sido lacrada. Três mulheres trans relataram que procuraram os serviços de Paulino e foram submetidas a cirurgias de implante de silicone feitas apenas com anestesia local.

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    A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) afirma que apenas procedimentos simples, como cirurgias para a retirada de pintas, por exemplo, podem ser feitos sem a presença de um anestesista.

    Elas contaram também que tiveram problemas de cicatrização e receberam próteses de silicone diferentes das que foram solicitadas. As mulheres relataram ainda falta de assistência no pós-operatório e de estrutura hospitalar nas salas de cirurgia.

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    Pacientes ouvidas pela reportagem do G1 disseram que não sabiam que a cirurgia não seria feita por Paulino. O Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe a atuação de agenciadores ou negociadores que atuem como intermediários na relação entre médicos e pacientes de cirurgias plásticas.

    Procurado pela reportagem, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) disse, em nota, que investiga o caso. Paulino de Souza não respondeu às tentativas de contato. Em nota publicada nas redes sociais em 26 de março, e posteriormente apagada, Paulino dizia estar “muito triste com o falecimento de Lorena”.

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