Segundo informações do Departamento Penitenciário (Depen), Elias Pereira da Silva, traficante conhecido como Elias Maluco, foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (22) na Penitenciária Federal de Catanduvas, do Paraná. A causa da morte não foi divulgada oficialmente.
De acordo com o Depen, o corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Cascavel após perícia realizada no local pela Polícia Federal. A família foi comunicada da morte pelo Serviço Social do Presídio Federal de Catanduvas.
Julia Fernandes, filha de Elias, compartilhou no Twitter trechos de cartas que recebeu do pai nas semanas que antecederam sua morte. Ela negou a hipótese de que o pai tenha se suicidado. “Essa carta minha mãe recebeu essa semana! Isso é carta de alguém que tava pensando em suicídio? TODA carta dele, ele dizia que não via a hora de estar com a gente aqui fora, cheio de esperança, sempre e sempre! Só queria sair e aproveitar a família!”, disse ela em uma conta fechada.
Na carta, Elias escreve: “Recebi sua carta, demorou mas chegou, obrigado pelas palavras, você sabe que é minha eterna namorada e tenho fé que no futuro vamos curtir um pouco os nossos netos juntos”. Em outra correspondência, ele diz à filha: “Saiba que teu pai te ama e sei que um dia vai ser você que vai cuidar de mim. Só falta 6 anos para eu chegar aos 60, estou ficando coroinha”.
Elias Maluco foi preso em setembro de 2002. Em 2005, foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão pela morte do jornalista Tim Lopes. Em 2013, foi sentenciado a mais 10 anos, sete meses e 15 dias de prisão por lavagem de dinheiro. A mulher e a sogra dele também foram sentenciadas por esse último crime.
Desde então, o traficante ficou em presídios federais de segurança máxima. Em 2019, Elias pediu habeas corpus e a solicitação foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, continuou preso: a decisão estabeleceu que ele só poderia ser solto se não houvesse outras ordens de prisão em vigor.
Morte de Tim Lopes
Elias Maluco foi condenado pelo assassinato de Tim Lopes no dia 19 de setembro de 2002. O jornalista foi morto em junho daquele ano enquanto fazia uma reportagem sobre abuso de menores em um baile funk da Vila Cruzeiro, Rio de Janeiro.
O corpo de Tim Lopes foi carbonizado numa fogueira de pneus conhecida popularmente como micro-ondas. Ele só foi reconhecido após exame de DNA, no dia 5 de julho daquele ano. Outras seis pessoas além de Elias foram condenadas por participarem do crime.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90