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Eleições ao governo estadual já tiveram duas viradas em SP

A diferença mais expressiva foi em 1990, quando Fleury terminou o primeiro turno com 2 milhões de votos atrás de Maluf e ganhou por 500 mil votos a mais

Por Clayton Freitas
Atualizado em 3 out 2022, 11h50 - Publicado em 3 out 2022, 11h48
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  • Uma virada do primeiro para o segundo turno ao governo estadual, embora pareça uma tarefa hercúlea, já ocorreu no estado de São Paulo duas vezes desde a redemocratização. E é nessa esperança que a campanha do petista Fernando Haddad se fia para a difícil tarefa de tentar ultrapassar Tarcísio de Freitas (Republicanos), que saiu na frente na disputa neste domingo (2).

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    Tarcísio ficou em primeiro ao ser votado por 9 881 995 eleitores, 1 544 856 votos a mais do que obteve Haddad, que foi a escolha de 8 337 139 paulistas.

    A história registra política no estado de São Paulo mostra que isso não é impossível. A primeira virada da redemocratização, há 32 anos, ocorreu com um placar mais elástico ainda do que se vê agora. Em 1990, Paulo Maluf, então no PDS, conquistou no primeiro turno daquelas eleições 5 872 252 votos, 2 016 975 a mais do que o segundo colocado, Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB), escolha de 3 803 077 paulistas. À época eram pouco mais 18 milhões de eleitores aptos a votarem, quase metade dos 34 milhões atuais.

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    Apesar da grande diferença, proporcionalmente muito maior do que a diferença de Tarcísio e Haddad atualmente, Fleury conseguiu a virada no segundo turno e se elegeu com 503 573 votos a mais do que Maluf.  O emedebista mais do que dobrou os votos que teve no primeiro turno e foi a escolha de 7 368 730 paulistas, enquanto Maluf obteve 6 865 175 dos votos válidos. A explicação é que parte dos votos de outros candidatos, tais como Mário Covas (PSDB) e Plínio de Arruda Sampaio (PT), migraram para Fleury.

    A segunda virada nas urnas ocorreu oito anos depois, em 1998, e também representou uma derrota de Maluf, que à época disputou pelo PPB. No primeiro turno, ele obteve 5 351 026 votos, 1 538 740 a mais do que Mário Covas (PSDB), que obteve 3 813 186 votos. A situação se inverteu no segundo turno, com o tucano obteve 9 800 253 votos, número que foi 1 899 655 a mais do que obteve Maluf, com 7 900 598 votos. Candidato no campo mais moderado do que Maluf, Covas conseguiu arregimentar para si votos que no primeiro turno foram para Marta Suplicy (PT) e Orestes Quércia (PMDB).

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    Um candidato sair atrás no primeiro turno e vencer no segundo é algo que não ocorre no estado de São Paulo desde 1998, há 24 anos. No próximo dia 30, quando ocorre o segundo turno, será possível saber se Haddad terá a mesma sorte que tiveram Fleury e Covas, ou se Tarcísio se consolida de fato e leva o governo do estado.

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