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Doria quer serviço de assinatura na vigilância pública

Além dos equipamentos em locais públicos, o monitoramento de vias seria oferecido à população mediante uma assinatura do serviço

Por Estadão Conteúdo
26 jul 2017, 10h15
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  • O prefeito João Doria (PSDB) quer lançar uma Parceria Público-Privada (PPP) para o sistema de vigilância pública de São Paulo, o City Câmeras. Além dos equipamentos em locais públicos, o monitoramento de vias seria oferecido à população – donos de comércio, por exemplo – mediante uma assinatura do serviço. Os recursos custeariam a ampliação da malha de câmeras pela cidade.

    O anúncio foi feito após visita de Doria a duas das maiores fabricantes de equipamentos de segurança do mundo. “O que vamos estudar é um formato de assinaturas. O interessado em ter câmeras na porta do comércio, por exemplo, faria a assinatura do serviço. Quanto mais massificar, menor seria o custo da assinatura”, disse o prefeito, em Hangzhou, no sul da China, onde está em visita oficial.

    O City Câmeras, programa anunciado em março, tem cerca de 1400 câmeras, segundo Doria. Atualmente, o projeto é uma plataforma em que o setor privado (como proprietários de imóveis comerciantes e fábricas) pode compartilhar as imagens de segurança de seus circuitos fechados com o poder público, que armazena as imagens por uma semana.

    Além das câmeras particulares, a Prefeitura tinha meta de instalar 10 000 câmeras próprias para o sistema. Com a PPP, o número seria “bem maior”, previu Doria, sem falar em estimativas. Todas as imagens, públicas e privadas, são compartilhadas com as Polícias Civil e Militar, que prometem usar as informações no sistema Detecta, do governo do Estado.

    Com o serviço de assinaturas, no lugar de o ente privado pagar pela instalação e manutenção das câmeras a uma empresa terceirizada, ele assinaria o serviço. A empresa vencedora da PPP faria todo o serviço, com o compromisso de ampliar a rede de câmeras públicas, colocadas em locais definidos como os de maior interesse para os órgãos de segurança, sejam pelos altos índices de crimes ou por necessidades sociais.

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    Doria visitou nesta terça (25) duas empresas concorrentes: a Dahua e a Hikvision. Doria falou da PPP e pediu doações de câmaras para o sistema atual, ainda sem parceria estabelecida. Nas duas, deixou claro que a rival o ajudaria. O saldo foi deixar a cidade com a promessa de doação de 1000 câmeras e um drone (avaliado em 100 000 dólares), por parte da Dahua, e de um drone por parte da Hikvision – que ficou de estudar pedido de outras 1000 câmeras.

    O sistema em operação em Hangzhou opera com softwares que conseguem identificar gestos suspeitos, como ver uma pessoa sacar uma arma, e emitir um alerta para centrais de monitoramento, que ainda conseguem fazer reconhecimento facial de outras pessoas.

    Essas funções já haviam sido prometidas no Estado de São Paulo para integrarem o programa Detecta, do governo estadual, que já foi considerado falho pelo Tribunal de Contas do Estado, em auditoria de abril. À época, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o sistema de vídeo analítico já estava operacional em parte das câmeras e que aprimoramentos estavam sendo desenvolvidos.

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    Ambas as empresas chinesas prometeram enviar equipes à capital paulista – as duas já têm escritórios na cidade – para fazer levantamento sobre as necessidades e eventualmente ajudar na formatação da PPP. “Não há nenhum direcionamento”, disse Doria, ao comentar a eventual participação dessas empresas, com relações já estreitas com o prefeito, no processo de licitação.

    Segundo Mario Ma, diretor da Hikvison no Brasil, licitações são o negócio principal da empresa. “A doação ajuda na licitação”, diz. Ma ainda afirma que a empresa tem responsabilidade com os cidadãos.

    A agenda de Doria ainda tem outras reuniões com empresas de tecnologia e visita a mais um fundo de investimentos. O prefeito já percorreu bancos chineses para apresentar seu pacote de desestatização.

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