Com mais de 1 milhão de DVDs vendidos, a personagem Galinha Pintadinha, febre entre as crianças, é alvo de uma briga de gente grande. De um lado, está o músico Marcos Luporini, que desde 2006 veicula no YouTube vídeos com o galináceo azul e diz ser detentor dos direitos. De outro, o produtor teatral Benedito Maciel, autor de um musical com a mesma mascote. Uma liminar da Justiça de 17 de janeiro deu razão ao primeiro, ao impedir o segundo de usar o título. Abaixo, as duas versões.
VEJA SÃO PAULO — O que aconteceu, Maciel?
Maciel — Em 2010, propus ao Marcos um musical sobre a Galinha Pintadinha, e ele recusou. Meses depois, lançou um projeto parecido com o meu. Criei então Dudinha e a Galinha Pintadinha.
VEJA SÃO PAULO — Usou as criações dele?
Maciel — A figura faz parte do nosso folclore e é de domínio público, como o saci-pererê. Ele implica comigo porque em 2012 meu espetáculo foi apresentado 158 vezes e o dele, 66.
VEJA SÃO PAULO — O que fará agora?
Maciel — O nome ficou Dudinha e as Galinhas Mais Amadas do Brasil e o bicho aparece sem pintinhas. Quando ganhar a causa, vou processá-lo, tirar dinheiro desse bandido e doar à caridade.
VEJA SÃO PAULO — Maciel o procurou para uma parceria?
Luporini — Não me lembro. Muita gente bate à nossa porta. Ele copia os arranjos das minhas músicas. O personagem é de domínio público, mas a caracterização é criação nossa. Maciel pode ter a galinha dele. Mas com uma cor diferente e com outro jeito.
VEJA SÃO PAULO — Houve prejuízo?
Luporini — “Precisei cancelar apresentações, pois ele chegou com a cópia em algumas cidades antes da gente. E já recebi e-mail reclamando que Maciel coloca música de teor sexual nos intervalos da peça.”
VEJA SÃO PAULO — O que fará agora?
Luporini — “Como a Justiça impediu Maciel de usar nossa obra, vamos monitorá-lo. Espero que ele cumpra a lei.”