Surgidas no exterior, as salas de fuga ou escape games, espaços de gincana em que participantes precisam vasculhar pistas em sessenta minutos para ser “libertados”, tornaram-se populares também por aqui. Passado apenas um ano da inauguração do primeiro endereço, a cidade soma sete locais do tipo. Em geral, seus ambientes simulam cenários de crimes e outros mistérios. A onda mais recente é utilizar esses lugares para realizar dinâmicas de recursos humanos. O objetivo das companhias é ver como os profissionais se comportam na cena de competição e pressão por um resultado.
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Só pelas unidades do Escape 60, em Moema e na Vila Olímpia, passaram até agora mais de 5 600 funcionários de 350 empresas, como Google, SBT e IBM. A Cnova, da área de varejo digital, levou oitenta empregados ao lugar em agosto de 2015, a um custo total de 13 000 reais. Por monitores de TV instalados em outro ambiente, a consultora de RH Fabiana Hannouche observava tudo. “Muita gente optava por persistir sozinha em um desafio, em vez de dividir um problema com alguém”, diz. “Depois disso, começamos a estimular mais as parcerias no ambiente de trabalho.”
O gerente Eduardo Donato esteve em uma das três equipes (entre nove) que conseguiram resolver o enigma — uma média de sucesso superior à dos frequentadores da casa, de 15%. “Dá para ver quem não tem cargo de liderança mas mostra vocação para tomar a frente das coisas”, afirma. O estímulo à interação dos times é um dos objetivos principais do negócio. “A experiência serviu para aprimorar a sinergia entre um grupo de 24 superintendentes”, conta Marcelo Orticelli, diretor de RH do banco Itaú, outro cliente do serviço.
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A tendência atual bebe na fonte dos treinamentos heterodoxos de RH dos anos 90. “Já foi moda levar funcionários para a selva em testes de sobrevivência e outras atividades, mas alguns se sentem constrangidos nessas situações”, avalia Fátima Motta, professora do curso de MBA em gestão por competências da ESPM. A especialista alerta para outro possível efeito colateral.
“Nessas salas de fuga, é preciso ter cuidado com claustrofóbicos, por exemplo, que podem se mostrar ali diferentes do que realmente são durante o expediente.”Quem está faturando não parece ligar para esse tipo de crítica. De olho na demanda, alguns endereços passaram a oferecer a opção de consultoria de psicólogos. No Escape Time, no Brooklin, a “terapia” custa 200 reais por cabeça.