No último dia 20 de agosto, o estudante Pedro Farina, 19, embarcou para Chicago (EUA), local onde passará quatro anos estudando engenharia biomédica na Northwestern University. Ex-aluno do Colégio Santa Cruz, instituição onde um em cada quatro estudantes já está aprovado em universidades internacionais, Farina integra uma tendência que se observa além dos muros do tradicional colégio do Alto de Pinheiros, na Zona Oeste: a de cada vez mais alunos que concluíram o ensino médio buscarem por graduação fora do país.
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Ela já é notada em outras escolas, como o Dante Alighieri (alta de 39%), e também é recorrente em instituições como Bandeirantes, Rio Branco, Albert Sabin e Castanheiras. Além disso, o aumento vem sendo aferido em empresas especializadas em prestar assessoria para os estudantes, como o Daqui pra Fora, que registrou um salto de 32% no número de jovens que passaram por todo o processo e foram admitidos para começar os estudos lá fora.
Embora não tenha um departamento específico, o colégio Anglo Chácara Santo Antônio promove simulados de testes de aptidão escolar (SAT, na sigla em inglês), espécie de Enem dos EUA, uma das várias exigências para quem pretende estudar em território americano.
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A alta procura levou algumas escolas a criar setores específicos para auxiliá-los nesse processo. “Quanto mais as famílias estiverem assessoradas para entender como o processo seletivo ocorre fora do país, maiores serão as possibilidades dos estudantes”, afirma Simone Magalhães, assessora de internacionalização do Albert Sabin.
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Em outras instituições, essa orientação já existe há mais tempo, como no caso do Colégio Bandeirantes. “Sair do país é um plano de vida, não uma aventura. É fundamental três tipos de planejamento: financeiro, acadêmico e profissional”, explica José Olavo de Amorim, coordenador do departamento internacional do colégio. Ele diz que a internacionalização é uma visão educacional há algum tempo e que, em média, responde por 10% de todos os alunos que se formam no ensino médio no Bandeirantes.
Para Renata Condi, coordenadora de inglês e espanhol do programa internacional do Colégio Rio Branco, o término das restrições que surgiram com a pandemia da Covid-19 fez retomar o interesse por parte dos alunos pelo ensino superior no exterior. E os números deste ano já se assemelham aos de 2019. “Mas com um leque de opções de países maior do que anteriormente”, ressalta.
Estudar fora do país é desejo de seis em cada dez brasileiros, de acordo com pesquisa feita pela Business Marketing International (BMI), que realiza o Salão do Estudante. Se a língua já não é mais considerada uma grande barreira, os custos continuam sendo. No caso de universidades americanas, as mais requisitadas pelos estudantes brasileiros, o custo inicial é a partir de 70 000 dólares por ano, o que inclui a acomodação. Na Europa, começa com 10 000 dólares por ano, porém, sem alojamento.
PROCESSOS SELETIVOS NO EXTERIOR
América do Norte
Exigências em diferentes âmbitos, segundo o Daqui pra Fora:
> Acadêmico: Histórico escolar, testes (SAT/ACT, Toefl) e Enem (algumas)
> Pessoal: Cartas de recomendação, redação e atividades extracurriculares
> Extras: Entrevistas (presencial nos EUA) e portfólio (no caso de cursos de artes)
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Reino Unido e Europa
Exigências em diferentes âmbitos, segundo o Daqui pra Fora:
> Acadêmico: Histórico e testes (Toefl, Ielts para o Reino Unido, e Dele para a língua espanhola), e específico dependendo da universidade e do curso
> Pessoal: Redação e cartas de recomendação
> Extras: Entrevistas e portfólio
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Publicado em VEJA São Paulo de 01 de setembro de 2022, edição nº 2804