Na noite da última segunda (10), Darwin Ponge-Schmidt, de 17 anos, transformou-se no personagem principal de uma confusão na reunião pública na Câmara Municipal que contou com a participação de taxistas e representantes do aplicativo que cobra por corridas particulares. Durante sua fala, o estudante foi vaiado e decidiu atacar: “Eu não recebo para defender o Uber, mas gostaria de saber quais vereadores e sindicalistas são pagos para criticar o aplicativo.” Rapidamente, o vereador Adilson Amadeu (PTB) levantou e criticou a atitude do rapaz, que deixou o local acompanhado pela Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana.
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Aluno de uma escola estadual de São Paulo, o rapaz que nunca utilizou os serviços do Uber afirma que foi até a Câmara “por livre e espontânea vontade” para apresentar seu “posicionamento sobre o caso”. Confira a entrevista com Ponge-Schmidt:
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Você foi convidado por algum representante do Uber para ir até a Câmara?
Ninguém me chamou para ir até lá. Fui por livre e espontânea vontade.
Você tem alguma relação com o Uber como insinuaram?
De forma alguma! Resolvi falar porque acredito no direito de escolha.
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Você é usuário do Uber?
Nunca utilizei os serviços do aplicativo. Apenas acredito no direito que ele tem de existir. Costumo usar o transporte público para me locomover por São Paulo.
E táxi? Você costuma utilizar o serviço?
Uso muito pouco. Depois da confusão na Câmara, vou evitar ao máximo. Se precisar, vou chamar um carro do Uber.
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Após a confusão, você foi procurado por representantes da Câmara?
Não. E não pretendo aparecer por lá (na Câmara) durante um bom tempo. Também não devo comparecer na segunda votação da lei que proíbe o aplicativo, como havia planejado.
Ao ser retirado da reunião, você disse que foi ameaçado por taxistas e vereadores. Isso realmente aconteceu?
Na verdade, falei aquilo no calor do momento, porque me senti pressionado pelos taxistas que ficaram me chamando de mentiroso. Vou tomar cuidado.
Para onde os guardas levaram você? Como foi o dia seguinte?
Fiquei na delegacia da Câmara até o fim da reunião. Depois, me levaram em uma viatura até a entrada de uma estação do Metrô. Preferi passar o dia seguinte em casa. Não saí, pois fiquei com medo de represálias.
Como seus pais reagiram?
Minha namorada ligou para minha mãe e contou o que havia acontecido. No início, ela ficou muito nervosa e preocupada, mas depois expliquei que tudo ocorreu porque outras pessoas haviam se exaltado com meu posicionamento.
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Eles apoiam a sua atitude?
Sempre me apoiaram. Mas, às vezes, meus pais acham que eu tomo algumas decisões sem pensar.