Um culto evangélico da Assembleia de Deus levou centenas de fieis a um templo no bairro do Belém, na região central de São Paulo, durante a manhã deste domingo (10).
As atividades religiosas não estão proibidas no país. Um decreto presidencial de 26 de março incluiu as igrejas entre os serviços essenciais que funcionam na quarentena.
O templo tem capacidade para aproximadamente 5 mil pessoas. Nos cálculos de Marco Almeida, secretário adjunto do Ministério do Belém da Assembleia de Deus, o culto teve a presença de 300 fieis.
O encontro começou por volta das 9h e foi conduzido pelo pastor Caramuru. Teve a apresentação de coral e orquestra, o que foi destacado em um convite enviado aos fieis por José Wellington Bezerra da Costa, presidente da divisão do Belém da congregação. “A ausência aos nossos cultos por tantos longos dias nos faz sentir a falta do amor e da fraternidade que existe em nossos corações”, dizia a mensagem.
Na entrada, os frequentadores eram incentivados a passar álcool em gel nas mãos e tinham a temperatura medida por termômetros a laser. Dentro do salão, eles usavam máscaras e mantinham uma distância de duas poltronas vazias entre as ocupadas. Havia a presença de idosos e crianças no público. “Não podemos proibir ninguém de vir, mas estamos cumprindo as recomendações do Ministério da Saúde”, afirmou Marco Almeida.
A administração da igreja, após consultar um advogado da instituição, não permitiu que um fotógrafo que acompanhava a reportagem fizesse imagens do culto.
Desde o início da quarentena, essa é a primeira vez que o templo do Belém, um dos maiores da cidade, celebra a Santa Ceia do Senhor, um encontro mensal do grupo. Em abril, a reunião tinha sido adaptada: os fieis passavam por um “drive-thru” no estacionamento do local e recebiam um “kit da Ceia” (um pão e um cálice de suco de uva), para depois acompanhar de casa, pela internet, a pregação do pastor.
A Assembleia de Deus ainda não definiu se as Ceias mensais passarão a acontecer de forma regular, mas as autoridades religiosas que falaram com a reportagem no Belém prevem que outros cultos públicos voltem a ocorrer a partir dessa semana.