Um novo tipo de público vem frequentando os concertos da Sala São Paulo. Eles têm menos de 1,50 metro de altura, não usam salto alto, as bochechas são naturalmente rosadas e, em vez de bolsas e carteiras, levam consigo ursinhos e brinquedos. É isso mesmo. Tem meninos e meninas na plateia!
“É muito gratificante perceber que até os pequenos apreciam o nosso trabalho”, diz o violista Éderson Fernandes, músico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Num domingo pela manhã, ele e seus colegas foram observados atentamente pela dupla de irmãos Valentina dos Santos, de 6 anos, e Samuel, de 3 anos, enquanto tocavam a ‘7ª Sinfonia’ de Beethoven. Curioso, o garoto só interrompeu o pai para fazer uma pergunta sobre o maestro: “Por que aquele homem fica de costas para nós?”.
Além dos irmãos Santos, cerca de vinte crianças comparecem às concorridas récitas dominicais, às 11 horas, que ocorrem esporadicamente. Outro evento que reúne a garotada é o projeto Aprendiz de Maestro, às 11 horas dos sábados, também sem frequência fixa (a próxima sessão está marcada para o dia 09/10).
Trata-se de aulas de música em forma de espetáculos que misturam orquestra e teatro promovidas pela Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca). “As crianças se divertem, podem ficar de pé e algumas fazem os movimentos dos instrumentos ou dançam para acompanhar o balé”, diz Claudia Etelnan, vice-presidente da Tucca. “Só não pode comer na plateia, porque é regra da Sala São Paulo.” Nos concertos noturnos, a censura é 8 anos.