Há cerca de cinco anos, era quase impossível imaginar um escritório compartilhado por diferentes empresas. Hoje, o conceito de coworking, importado dos Estados Unidos, criou raízes em São Paulo, onde existem pelo menos trinta espaços do gênero.
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Como toda ideia criativa, o movimento se prepara para assumir uma nova forma. Imagine se, no lugar de mesas e computadores, esses espaços fossem equipados com pia, fogão e panelas? Até novembro, será inaugurada a primeira cozinha compartilhada da cidade.
A House of Food ocupará um sobrado na Rua Virgílio de Carvalho Pinto, em Pinheiros. “Quero oferecer planos diários e semanais a preços vantajosos”, afirma Wolf Menke, idealizador do projeto. O aluguel do espaço deverá girar em torno de 400 e 2 000 reais, respectivamente.
Ao lado de cinco sócios, ele investiu cerca de 250 000 reais na compra do ponto, antes ocupado pelo Armazém Gourmet Romã, extinto no início do mês. “O imóvel já estava todo equipado”, conta Menke. O chapeiro Paulo Yoller, sócio do Meats, também em Pinheiros, será uma espécie de curador da empreitada.
Cozinheiros amadores terão à disposição uma cozinha industrial de trinta metros quadrados munida de balcões refrigerados, fogão com seis bocas, resfriador rápido, além de liquidificador, batedeira e utensílios. “A ideia é que as pessoas possam testar seu produto sem precisar de um grande investimento”, diz.
Os contratos também deverão contemplar auxiliares de cozinha treinados pela Gastromotiva, organização que abre as portas do mundo da gastronomia para jovens de baixa renda.
Na loja localizada na parte da frente do espaço, será possível comprar os doces e salgados produzidos pelos usuários da “co-kitchen”, além de cerveja e outros itens. Menke também planeja construir um parklet, espécie de bolsão na calçada com bancos e mesas, onde os clientes poderão se acomodar.
A experiência de Menke, que trabalhou como diretor de criação em agências de publicidade, com coworking, começou cerca de um ano atrás. Em outubro de 2013, ele abriu as portas do House of Work, quase vizinho, e hoje conta com dezoito pessoas na fila de espera por um canto no escritório compartilhado. “Quero transformar a rua [Virgílio de Carvalho Pinto] em uma área colaborativa”, planeja Menke. “As pessoas passam muito tempo sonhando e pouco realizando.”