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Consultoras de imagem: especialista em vestir

O trabalho desses profissionais vira um luxo acessível não só aos artistas

Por Marcella Centofanti [Renata Hawilla]
Atualizado em 5 dez 2016, 19h22 - Publicado em 18 set 2009, 20h35

Pagar uma nota numa blusa e deixá-la encalhar no fundo da gaveta. Escancarar todas as portas do armário e não gostar de nada. Comprar, comprar e sempre achar que não tem o que vestir. Quem é que nunca se viu em situações assim? Uma saída para diminuir essas aflições que assolam sobretudo as mulheres é contratar um consultor de imagem, de moda ou de estilo, o chamado personal stylist. Entre outras coisas, esse profissional ajuda o consumidor a descobrir quais são as cores e os modelos que favorecem seu tipo físico e o estilo de roupa que combina com sua personalidade. Quem trabalha na área, como não poderia deixar de ser, afirma que a consultoria é mais do que um recurso supérfluo para celebridades e pessoas que se importam demais com a imagem. “É uma ferramenta de autoconhecimento, uma espécie de terapia”, acredita Ilana Berenholc, que atende executivas e dá cursos sobre estilo no Senac. “Quando você mexe na aparência, muda a percepção que o mundo tem de você.”

Atrizes do cinema americano foram as primeiras a experimentar os conselhos dos consultores de imagem. A moda pegou, e não demorou até que o serviço se expandisse para além dos estúdios de Hollywood. Hoje, muitas lojas dispõem de um profissional para auxiliar os compradores no momento da escolha. No Brasil, essa ajuda especializada chegou há pouco mais de uma década. É raro, entre os famosos, quem não carregue a tiracolo seu personal stylist. Contratar esses profissionais, no entanto, não é um luxo acessível só aos artistas. Eles cobram em média 2.000 reais para traçar um raio X do cliente e mais 200 reais por saída para compras, o personal shopping.

O atendimento muda um pouco de um profissional para outro, mas eles normalmente seguem um roteiro básico. Tudo começa com uma conversa de duas ou três horas, quando o cliente expõe seus hábitos e gostos. Em seguida, preenche um questionário que avalia desde o tipo de bolsa favorito até a reação diante de um corte de cabelo malsucedido. Só então vem o ataque ao guarda-roupa. A tarefa do consultor é, acima de tudo, desvendar, dentro daquilo que aparece nas vitrines e passarelas, o que se encaixa no perfil de cada um. Ou seja, é bem mais que brincar de Barbie. “Um trabalho bem-feito é aquele que muda a vida do cliente”, afirma Emanuela Carvalho. Ela começou a atuar na área em 1991, como autodidata, e aperfeiçoou seus conhecimentos em mais de vinte cursos no período em que morou em Nova York, entre 1996 e 2000. “Quem está bem-vestido se sente mais poderoso.” Emanuela ganhou notoriedade pelas figuras que ajudou e ajuda a repaginar. Segundo conta, foi por sua sugestão que a cantora Ivete Sangalo comprou uma sandália pela primeira vez. Até então, a musa do axé, que mora em Salvador, gostava mesmo, veja bem, de usar botas. Passaram também pelo crivo de Emanuela a atriz Carolina Dieckmann e os cantores Wanessa Camargo, Fernanda Porto, Tom Zé e Otto. “Eu só não dou palpites no cabelo e na dieta”, conta. “Mas meu trabalho é como o de um acupunturista. Toco num ponto, que é a moda, e ele vai mexer em todo o resto.”

Ao fim do processo, em teoria, o cliente estará ciente de seu estilo e terá noções suficientes para fazer compras por conta própria. “É importante que cada um adquira capacidade de se vestir nas mais diversas circunstâncias”, afirma Silvana Bianchini. Há oito anos na área, ela já deu pitacos na aparência das apresentadoras Angélica e Didi Wagner. Hoje em dia, faz palestras em empresas, com dicas de cores, maquiagem e cortes de cabelo mais adequados para os funcionários. “Uma das minhas funções é evitar que as pessoas cometam gafes.” O mercado de consultoria de imagem promete crescer. “Nem todo mundo tem senso estético, personalidade para se vestir e conhecimento sobre o que valoriza o próprio corpo”, diz Ilana. “Somos julgados pela imagem”, afirma Christiana Francini, que, ao lado da sócia Paula Martins, estabelece as grifes e os modelitos vestidos por artistas e apresentadores da Rede Record. Mas, ao mesmo tempo em que é importante dar um peso à moda, deve-se tomar cuidado para não se tornar uma vítima dela. É preciso ter discernimento. “A roupa mostra quem você é, como encara seus desafios e como alcança seus objetivos”, diz Christiana.

As dicas de Ilana Berenholc,

professora do Senac e personal stylist há doze anos

• Cuidar do cabelo é fundamental. De nada adianta revolucionar o guarda-roupa e não estar com o corte em dia

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• Acessórios e estampas devem ser proporcionais ao tamanho do rosto. Uma pessoa de boca, nariz e olhos pequenos, por exemplo, deve usar colares e brincos delicados

• Algumas partes do corpo, como pescoço, punho, cintura e tornozelo, ajudam a criar ilusão de magreza. Procure deixá-las à mostra. Para não sair com a barriguinha de fora, use blusas ou vestidos que marquem a cintura

• A escolha do colarinho da camisa está relacionada ao formato do rosto. Homens com rosto mais fino e longo devem optar por colarinhos com as pontas mais abertas, como o italiano. Já os de rosto redondo ou largo ficam melhor com colarinhos tradicionais, com as pontas mais fechadas

• Explore o que você tem de mais bonito. Se são as pernas, abuse das saias

As dicas de Emanuela Carvalho,

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que já mudou o guarda-roupa de Ivete Sangalo

e Carolina Dieckmann

• Na hora de comprar e vestir, há dois mandamentos fundamentais: menos é mais e qualidade é melhor que quantidade

• Existe uma fórmula para saber se vale a pena comprar uma peça. Divida seu preço pelo número de vezes que pretende vesti-la. É mais interessante gastar 300 reais numa sandália que será usada trinta vezes durante três anos do que 30 reais em outra que não sairá da caixa

• Liquidações são uma boa oportunidade para pagar menos por uma peça que você já procura. Não faça uma compra inútil só porque o preço está baixo

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• Poucas mulheres mandam fazer barra quando os tops (camisetas, camisas ou blusas) ficam compridos. Mas vale a pena. A diferença é incrível

• Para saber o que comprar, é necessário, em primeiro lugar, conhecer seu gosto e suas necessidades. Qual é o seu estilo? Reservada, extravagante, romântica, minimalista, esportiva ou tudo isso, dependendo da hora? O importante é ser você mesma

As dicas de Paula Martins e Christiana Francini,

responsáveis pelos modelos dos artistas da Rede Record

• Use calçados proporcionais ao formato dos pés. Se eles forem magros, ficarão perdidos numa plataforma. Da mesma maneira, saltos e tiras finas não foram feitos para pés gordos

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• Sapato e bolsa não precisam combinar, mas devem contar a mesma história. Se a bolsa for casual, o calçado deve seguir o estilo

• Ter um guarda-roupa organizado facilita a vida na hora de encontrar o que vestir. Separe as peças por temas, como trabalho e lazer, ou por cores

• Franja está na moda, mas nem por isso você vai ter uma igual à de sua atriz favorita. Se seu rosto é redondo, opte por um corte na diagonal. Uma franja reta vai deixá-la bochechuda

• No trabalho, nada de maquiagem carregada, perfume forte e unhas escuras. O ambiente pede discrição

As dicas de Silvana Bianchini,

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que dá palestras em empresas e repaginou

a apresentadora Angélica

• Calças e saias que batem no meio da batata da perna não valorizam ninguém. Só servem para modelos ou pessoas de pernas muito finas

• Quando estiver na dúvida sobre que cor vestir numa ocasião especial, use uma roupa que repita o tom de seus olhos

• Tecidos 100% naturais como lã fria e seda não precisam ser lavados a seco a cada uso. Se eles permanecerem ao ar livre por um dia, as fibras eliminarão todo tipo de odor

• A lei obriga que toda roupa tenha etiqueta com a composição do tecido. Crie o hábito de lê-la antes de qualquer compra. Assim, você saberá se o preço cobrado é justo e se a manutenção da peça é cara

• Quem tem dentes amarelados deve evitar roupas brancas. É melhor optar por tons crus

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