O médico João Gabbardo, coordenador-executivo do Comitê Científico do governo João Doria (PSDB) para lidar com a pandemia de Covid-19, afirmou ser “impensável” o Carnaval de rua neste ano.
“Nós não temos como fazer o controle. É liberado para participação de todos, não tem como a gente acompanhar se a pessoa está vacinada, e a aglomeração é imensa. Isso, nesse momento, é impensável manter o Carnaval nessas condições”, afirmou.
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Gabbardo porém afirmou que os desfiles das escolas de samba apresentam uma outra característica, similar ao que ocorre nos estádios de futebol, e deu a entender que não há impedimento do ponto de vista médico para que ocorram. Desde o final do ano passado as arenas de futebol puderam receber novamente os torcedores.
“É uma situação muito parecida com o que ocorre nos estádios de futebol, em que há a possibilidade da gente ter controle nesse ambiente. Exigir que todas as pessoas estejam vacinadas, e a orientação para que continue usando as máscaras, tanto as pessoas que estão assistindo, quanto aquelas que irão participar do desfile”, disse.
A avaliação foi feita durante a coletiva de imprensa no início da tarde desta quarta-feira (5) no Palácio dos Bandeirantes, com a participação de João Doria (PSDB) e integrantes de sua equipe para falar das medidas que estão sendo tomadas para combater a pandemia do novo coronavírus. Uma delas é a de que o estado já tem um plano para vacinar 4,3 milhões de crianças de 5 a 11 anos.
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“A decisão do Carnaval é uma decisão que cabe às prefeituras”, disse Doria. “A posição do governo do estado de São Paulo é a de que não é o momento para aglomerações, a recomendação é evitar que aconteça”, complementou.
Citando dados de como foi o pico da doença em outros países que tiveram infestação de casos da variante Ômicron, o infectologista Esper Kallas, também integrante do Comitê Científico, afirmo que a recomendação que vem sendo dada é a de se evitar.
Gabbardo lembrou ainda que embora seja possível o controle dentro do sambódromo, haverá aglomerações de pessoas nos transportes públicos, sobretudo ônibus, trem e metrô, que irão assistir e participar dos desfiles. “É um risco mito alto”, afirmou.
Por sua vez, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, relativizou. Ele disse o Carnaval só deve ocorrer no final do mês de fevereiro e que “muita coisa ainda pode acontecer” até lá. Porém, lembrou ser preocupante qualquer atividade que gere aglomerações. “É um momento de exposição, é um momento de risco”, disse.
Capital
Até agora, 696 blocos estão autorizados a sair às ruas no Carnaval. Se isso se concretizar, a quantidade de pessoas que deve participar da festa deve ser a maior realizada até agora. E os desfiles no Sambódromo do Anhembi também estão autorizados, inclusive os ingressos para assistir as escolas de samba estão praticamente esgotados.
Inicialmente a cidade de São Paulo só definiria se teria ou não Carnaval no dia 10 deste mês, próxima segunda-feira, após o envio de dados epidemiológicos pela Vigilância Sanitária ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Ante a explosão do número de Influenza na capital, e, na esteira disso, elevação de casos de Covid, a análise será entregue até amanhã, quinta-feira (6). Nesta data a prefeitura decidirá se mantém a programação ou não.
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