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Censo 2010: recenseadores têm dificuldade para entrar em condomínios

Morumbi, Moema e Vila Nova Conceição estão entre os bairros mais atrasados na pesquisa do IBGE

Por Manuela Nogueira
Atualizado em 5 dez 2016, 18h32 - Publicado em 22 out 2010, 21h38
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  • Na quarta-feira passada, a onze dias de terminar o Censo 2010, os recenseadores recrutados para trabalhar em São Paulo já haviam esquadrinhado 93% da cidade. Isso significa que, de 3,3 milhões de entrevistas previstas, 3,1 milhões foram feitas. A pesquisa está tão avançada quanto no Rio de Janeiro, onde os mesmos 93% dos dados foram coletados, mas adiantada se comparada a Porto Alegre (89%), Belo Horizonte (88%) e Salvador (80%). “Estamos num ritmo bem melhor do que nos anos anteriores”, afirma Wagner Silveira, coordenador de divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O motivo é tecnológico. “Este é o primeiro censo 100% informatizado e com transmissão on-line.” Os funcionários usam um palmtop para armazenar as informações e depois as enviam pela internet para uma central. Por causa disso, alguns dados preliminares serão divulgados logo na primeira quinzena de novembro. Em 2000, isso só ocorreu na segunda quinzena de dezembro.

    Tantos avanços, no entanto, não têm resolvido o problema mais delicado enfrentado pelos recenseadores: a dificuldade de entrar nos condomínios da capital, principalmente naqueles considerados de alto padrão. “Eu presenciei a situação em que o pesquisador não conseguiu sequer falar com o porteiro do prédio, porque foi barrado pelos seguranças particulares”, conta Silveira. Os bairros paulistanos em que o levantamento está mais defasado são Morumbi, Moema, Pinheiros, Jardim Paulista, Vila Olímpia, Itaim e Vila Nova Conceição. “Quando os funcionários não conseguem entrar para falar com os moradores, um supervisor vai até o local e tenta conversar com o síndico ou o zelador”, explica Suellen Mota Liang, responsável pelo posto de coleta do Itaim.

    Para tirar o atraso, 500 agentes vindos de bairros periféricos e municípios vizinhos, onde o levantamento já estava concluído, foram remanejados. Na terça, VEJA SÃO PAULO acompanhou a recenseadora Luciana Viana da Silva pelas ruas da Vila Nova Conceição. Após pesquisar 550 residências em Diadema, Luciana se candidatou a cadastrar mais 200 na capital. Naquela tarde, havia 64 domicílios em sua lista de pendências — em dois prédios da Rua Silva Correia e um da Rua Clodomiro Amazonas. Trajada com o colete azul e com o crachá que leva a marca do IBGE, a funcionária se identificou para os porteiros, mas foi barrada nos três endereços. “Falaram que eu não havia agendado um horário, não tinha o nome dos entrevistados ou que minha entrada não estava autorizada”, diz.

    Outra medida para tentar minimizar a rejeição de moradores foi o envio de cartas a comunidades orientais, consideradas mais fechadas. Imigrantes e descendentes receberam documentos escritos em mandarim e em coreano que explicavam a importância do censo para essas pessoas. “Ao compreenderem a nossa operação, elas atendem bem os pesquisadores”, afirma Silveira. Quem ainda não recebeu a visita do IBGE pode informar o instituto pelo ☎ 0800 7218181.

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    O diagnóstico na capital

    11 000

    pesquisadores trabalham aqui

    500

    foram remanejados de outros distritos e municípios

    3,3 milhões

    de entrevistas serão feitas até o término da pesquisa

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    7 241

    moradores responderam às perguntas pela internet

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