Um casal de empresários foi retirado de um voo pela Polícia Federal nesta segunda-feira (7) depois de contestar a ordem da companhia aérea para despachar a bagagem de mão. Renata Bernhoeft, de 46 anos, e Wagner Teixeira, de 57 anos, embarcavam pela Latam do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para uma reunião de trabalho em Cuiabá, Mato Grosso, quando precisaram deixar a aeronave. A companhia alega “comportamento indisciplinado a bordo”.
Segundo Teixeira, o casal fez o check-in online e se dirigiu para o embarque. Neste momento, um funcionário da companhia aérea disse que as duas malas que eles levavam como bagagem de mão teriam de ser despachadas porque o voo e os bagageiros estariam lotados. As malas foram, então, etiquetadas e levadas pelos dois passageiros até a entrada do avião, onde seriam recolhidas pelos funcionários.
O casal, então, segundo o relato de Teixeira, pegou apenas os computadores que estavam nas bagagens e entrou na aeronave. Quando guardavam os equipamentos eletrônicos no compartimento, antes da decolagem, Renata percebeu que os bagageiros, ao contrário do que a companhia teria informado, estavam vazios.
Ela, então, filmou e fez fotos dos bagageiros e tentou entrevistar um comissário de bordo, que se recusou a falar. “Ao começar a fotografar os mesmos (bagageiros), o comissário se ofendeu e mandou chamar a polícia federal!”, escreveu Renata em uma publicação nas redes sociais.
Enquanto todos os passageiros esperavam pela decolagem, marcada para as 11h50, o comandante avisou que o avião só partiria após a chegada da PF para a retirada de dois passageiros. “Não estávamos alterados, não houve gritaria, nem palavras que pudessem justificar esta atitude”, relatou Renata.
“O constrangimento que passamos foi fora do comum, por nada. Não estávamos fora da regra”, disse Teixeira. Segundo ele, as malas estavam dentro das regras para bagagem de mão. “Usamos essas malas todos os dias. Era a menor mala que temos de roupa.” O casal, que trabalha com consultoria a empresas, faz uma série de viagens por semana e, segundo Teixeira, usa as mesmas malas sem nunca terem tido problemas.
De volta ao saguão do aeroporto, o casal precisou remarcar a passagem de Renata para o dia seguinte, no valor de 2 300 reais. Também teve de comprar a passagem de outro funcionário da empresa para Cuiabá, no valor de 3 000 reais. “Quem irá ressarcir a perda de um dia de trabalho em nosso cliente? O que justifica a vergonha de dizer a seu cliente que você não poderá comparecer à reunião pois foi retirado do avião pela Polícia Federal?”
Em nota, a Latam disse que fez desembarque de passageiros do voo JJ3926 (São Paulo/Congonhas – Cuiabá) “em função de comportamento indisciplinado a bordo”. A nota informa que a empresa “segue os mais elevados padrões de segurança, atendendo rigorosamente aos regulamentos de autoridades nacionais e internacionais.”
A companhia diz ainda que segue as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para transporte de bagagem de mão. “Para viagens realizadas desde 14 de março, há alteração no peso da bagagem que pode ser levada a bordo das aeronaves em todos os voos, passando de cinco para dez quilos por passageiro (exceto Premium Business e Premium Economy, que mantém a franquia de 16 quilos). Porém, o cliente deve continuar seguindo as regras relacionadas às dimensões da bagagem permitida, que podem ter no máximo 55 cm x 35 cm x 25 cm (altura x largura x espessura)”, diz a nota.
A companhia diz ainda que, se a bagagem de mão exceder os limites de peso ou dimensões, será encaminhada para o porão da aeronave. “Nessa situação, se o cliente já tiver despachado um volume, terá de pagar por essa bagagem que foi para o porão. A Latam informa que disponibiliza as informações sobre a nova política de tarifas e de bagagem em todos os canais de comunicação oficiais da companhia”.