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Bombeiros resgatam dois últimos corpos soterrados em Embu das Artes

Família sabia que convivia com risco de desabamento, mas não tinha condições de sair do local

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 jan 2021, 11h56
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  • Os bombeiros resgataram na noite de quarta-feira (30) os últimos dois corpos que estavam na casa que desabou na terça-feira (29), em Embu das Artes, na Grande São Paulo. Avó e neto foram soterrados por uma avalanche de lama e escombros, que também tirou a vida de outras quatro pessoas da mesma família. As informações são do G1.

    Eram quase 21h quando foram resgatados os corpos de Dona Zenaide Gomes, de 55 anos, e do neto dela, Pierre de 1 ano e cinco meses. Ao final dos trabalhos, houve um minuto de silêncio.

    Foram quase 24 horas ininterruptas nas buscas pela família num local de difícil acesso. A casa foi soterrada por um barranco que veio abaixo e levou outras três casas. A região onde eles moravam já tinha sido identificada como de risco pelo instituto geológico do estado.

    Seis pessoas da mesma família morreram: Jaqueline Gomes, de 25 anos, sobrinha da dona Zenaide, e três crianças, Darlei de 7 anos, Ryan de 8 meses e Éverton, que completaria 5 anos na quarta-feira (30).

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    A família sabia que convivia com o perigo, mas não tinha condições de sair do local, de acordo com Arlete Rosa de Moraes, ex-cunhada da Zenaide. “Há 2 meses a filha da Zenaide a Gislaine entrou em desespero que ela falou que a casa da mãe estava correndo o risco de desabar ela não sabia como fazer para tirar a mãe dela daí. É como se fosse uma tragédia anunciada.”

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    A comunidade que fica no Jardim do Colégio em Embu das Artes está entre um dos 18 pontos de risco na cidade. O bairro está em um relatório técnico de um mapeamento feito pela Defesa Civil e entregue à Prefeitura este mês que apontou que só ali há 91 casas com alto risco de inundar ou desmoronar.

    Depois da tragédia, pelo menos trinta casas foram interditadas. Seis podem desmoronar a qualquer momento. O pedreiro José dos Santos vive esse drama no bairro há 39 anos.

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    “Eu nunca vi não (a Prefeitura dando suporte para a população) porque é assim: que nem tem esse córrego, a Prefeitura tem que cuidar dele. Esse córrego aqui ninguém nunca cuidou dele, faz casa em cima do rio e a Prefeitura sabe e vê e finge que não vê. Então é coisas que não podem acontecer. O rio é para passar água e não para passar casa em cima, concorda comigo?”

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