Os bombeiros resgataram na noite de quarta-feira (30) os últimos dois corpos que estavam na casa que desabou na terça-feira (29), em Embu das Artes, na Grande São Paulo. Avó e neto foram soterrados por uma avalanche de lama e escombros, que também tirou a vida de outras quatro pessoas da mesma família. As informações são do G1.
Eram quase 21h quando foram resgatados os corpos de Dona Zenaide Gomes, de 55 anos, e do neto dela, Pierre de 1 ano e cinco meses. Ao final dos trabalhos, houve um minuto de silêncio.
Foram quase 24 horas ininterruptas nas buscas pela família num local de difícil acesso. A casa foi soterrada por um barranco que veio abaixo e levou outras três casas. A região onde eles moravam já tinha sido identificada como de risco pelo instituto geológico do estado.
Seis pessoas da mesma família morreram: Jaqueline Gomes, de 25 anos, sobrinha da dona Zenaide, e três crianças, Darlei de 7 anos, Ryan de 8 meses e Éverton, que completaria 5 anos na quarta-feira (30).
A família sabia que convivia com o perigo, mas não tinha condições de sair do local, de acordo com Arlete Rosa de Moraes, ex-cunhada da Zenaide. “Há 2 meses a filha da Zenaide a Gislaine entrou em desespero que ela falou que a casa da mãe estava correndo o risco de desabar ela não sabia como fazer para tirar a mãe dela daí. É como se fosse uma tragédia anunciada.”
A comunidade que fica no Jardim do Colégio em Embu das Artes está entre um dos 18 pontos de risco na cidade. O bairro está em um relatório técnico de um mapeamento feito pela Defesa Civil e entregue à Prefeitura este mês que apontou que só ali há 91 casas com alto risco de inundar ou desmoronar.
Depois da tragédia, pelo menos trinta casas foram interditadas. Seis podem desmoronar a qualquer momento. O pedreiro José dos Santos vive esse drama no bairro há 39 anos.
“Eu nunca vi não (a Prefeitura dando suporte para a população) porque é assim: que nem tem esse córrego, a Prefeitura tem que cuidar dele. Esse córrego aqui ninguém nunca cuidou dele, faz casa em cima do rio e a Prefeitura sabe e vê e finge que não vê. Então é coisas que não podem acontecer. O rio é para passar água e não para passar casa em cima, concorda comigo?”