Entidades que representam quase 90% dos blocos de Carnaval de rua que desfilam tradicionalmente na capital paulista divulgaram que querem se apresentar no dia 21 de abril, feriado de Tiradentes. A festa pelas vias públicas foi cancelada pela prefeitura de São Paulo por causa da Covid-19 e não foi remarcada. A celebração no Sambódromo do Anhembi, no entanto, está programada para ocorrer entre os dias 21 e 23 de abril.
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No manifesto, chamado de “Carnaval de Rua Livre com Diversidade e Democracia”, o grupo composto de seis entidades afirma que “ficamos em casa o tanto quanto foi possível nos últimos dois anos. Não colocamos o bloco na rua e cumprimos nossa responsabilidade coletiva. Nos dias atuais, o cenário sanitário parece promissor e estável. Festivais, campeonatos esportivos, eventos religiosos e de negócios estão acontecendo normalmente. O sambódromo já está com festa marcada e não há justificativa para proibir Carnaval de rua livre, diverso e democrático, nesse abril de 2022”, afirma o texto do grupo, que representa cerca de 420 blocos de rua da cidade.
“Não podemos aceitar qualquer violência contra o Carnaval. Não podemos aceitar ameaças, censuras, punições ou castrações — físicas ou jurídicas — contra aquilo que é nosso por direito: bater nossos tambores em praça pública. Nossa festa vai tomar forma e vai acontecer nas ruas, esquinas, vielas e praças de nossa cidade”, afirma o comunicado.
Em posicionamento por meio de nota, a prefeitura de São Paulo respondeu que o Carnaval de rua foi “cancelado”. “O cancelamento permanece em vigor, tanto é que os próprios blocos se anteciparam e optaram pelo cancelamento. Além das medidas expostas acima, acrescentamos que não há mais tempo hábil para organizar desfiles de blocos de rua, evento que exige meses de planejamento antecipado, como é de conhecimento público.”
A gestão Ricardo Nunes (MDB) afirma ainda que “espera que as entidades que representam os blocos de Carnaval de rua respeitem as decisões anteriores e, assim, evitem eventos sem o aval e a organização por parte do poder público para não colocar as pessoas em risco absolutamente desnecessário”.
O Acadêmicos do Baixo Augusta, um dos blocos mais tradicionais da cidade, se apresenta em 24 de abril no Vale do Anhangabaú. Como o Vale está concedido à iniciativa privada, a festa também é considerada assim e não necessitaria da autorização ou da organização pública.
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Publicado em VEJA São Paulo de 13 de abril de 2022, edição nº 2784