Os modelos da coleção de inverno da marca Patricia Bonaldi foram lançados com exclusividade para revendedoras e clientes vips em 29 de outubro. Nem mesmo uma queda de energia no estabelecimento, localizado na Rua Bela Cintra, nos Jardins, fez desacelerar o ritmo de vendas. Ignorando a ausência de ar condicionado naquela que foi uma das tardes mais quentes da história da cidade, mulheres de todas as idades se apertavam em lindos modelos de festa e procuravam um espelho para averiguar o resultado. “Ficou bom?”, perguntavam umas às outras. Neste dia, mais de 700 peças foram comercializadas. Desde que a loja da estilista mineira de 32 anos, nascida em Uberlândia, abriu suas portas em São Paulo, há um ano, tem sido assim: nem o calor nem a escuridão são capazes de diminuir o movimento. Suas criações, bordadas a mão em toda a extensão e feitas com tecidos e rendas finas (o preço médio é de R$ 5.000,00), vêm conseguindo se destacar no mercado mais disputado do setor no país. “Minhas peças viraram objeto de desejo entre as paulistanas”, orgulha-se Patricia.
No mês passado, ela começou a enfrentar a concorrência de uma marca conterrânea: a tradicional e também consagrada Barbara Bela, cujos vestidos eram vendidos por aqui apenas em lojas multimarca. Agora, a grife tem um local próprio, na Rua Peixoto Gomide, na região dos Jardins. Filha de Helen Carvalho, que abriu a companhia em Belo Horizonte no início da década de 70, Georgiana Mascarenhas, de 38 anos, acaba de assumir o controle do negócio. A empresária só se aventurou no processo de expansão quando teve a garantia de que alguém de confiança cuidaria da filial — no caso, a prima Rosa Mascarenhas, que se mudou para a cidade no início do ano. “São Paulo é um mercado muito importante para nós. Temos de acompanhá-lo de perto”, explica Georgiana. Superando as expectativas mais otimistas, a loja chegou à metrópole já batendo recordes. As metas traçadas para manter o novo endereço nos primeiros meses foram ultrapassadas em menos de trinta dias. “Tivemos o dobro do retorno esperado”, comemora Rosa, que vendeu 135 vestidos no período, o equivalente a uma receita de aproximadamente R$ 540.000,00. O ritmo continua forte. Na manhã do último dia 31, uma quarta-feira, num intervalo de menos de três horas, duas clientes saíram de lá com modelos de R$ 4.000,00, em média. “E esse nem é o nosso horário de maior movimento”, diz Rosa.
+ Veja a galeria com famosas que usam Barbara Bela e Patricia Bonaldi
As mineiras estão esticando o olho para outras praças. Patricia Bonaldi entrou recentemente para o time estrelado dos estilistas de alta-costura de uma das lojas de departamentos mais famosas do mundo, a Harrods, em Londres. “Eles me sondaram durante uns cinco anos até comprarem algumas peças”, conta. Com alguns modelos esgotados, as duas partes combinaram uma nova remessa da coleção para a Inglaterra. A profissional negocia seus produtos em outros vinte países, entre o Oriente Médio e a Europa. A Barbara Bela atende a um número semelhante de mercados no exterior, praticamente nas mesmas regiões. É de lá também que elas trazem as matérias-primas: os bordados, da Índia, e os tecidos, da França e da Itália. Com focos diferentes de mercado (Patricia mira o público jovem, enquanto Barbara Bela atende uma freguesia mais madura), elas nunca se consideraram rivais. A situação, no entanto, pode mudar em São Paulo. “O fato de serem duas marcas mineiras no Jardins trouxe certa concorrência”, reconhece Georgiana.
- QUERIDINHAS DAS GLOBAIS
Há tempos as duas jovens estilistas vestem algumas atrizes conhecidas
Giovanna Antonelli
É fã dos vestidos de Patricia Bonaldi que já usou em várias festas
Marina Ruy Barbosa
Costuma exibir modelos de Patricia Bonaldi nos eventos dos quais participa
Nívea Stelmann
Veste Barbara Bela nos eventos sociais mais badalados, como em festa beneficente no início de outubro