Vencedor do troféu Jabuti em 2004 com o romance ‘A Margem Imóvel do Rio’ e ganhador do Prêmio Érico Veríssimo em 1988 pelo conjunto de sua obra, o escritor gaúcho Luiz Antonio de Assis Brasil comanda há 25 anos uma concorrida oficina literária na PUC-RS, curso que já revelou nomes como Daniel Galera, autor do elogiado ‘Mãos de Cavalo’. Ele vem pouco a São Paulo, mas na sexta-feira (19) e no sábado (20) participa da quinta edição da Balada Literária, evento que começa na quinta-feira (18) em nove endereços da Vila Madalena e arredores — entre eles a Livraria da Vila, a Mercearia São Pedro e o Sesc Pinheiros.
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O objetivo de sua visita, no entanto, não é só esse: ele divulga a abertura de uma extensão de seu curso aqui na cidade. Resultado de uma parceria de Assis Brasil com a jornalista Rosangela Petta, a Oficina de Escrita Criativa funcionará no Edifício Itália e oferecerá cursos de literatura ficcional, não ficcional e roteiro de documentário em vídeo, entre outros. Na Balada Literária, Assis Brasil promete dar uma pequena mostra do que são suas aulas. “Ensina-se a pintar, a dançar e a projetar prédios, por que não a escrever?”, questiona o escritor, que considera importante desenvolver técnicas de escrita em grupo. “O fato de frequentar uma oficina não transforma ninguém em escritor, mas a técnica liberta o talento.”
A Balada Literária é uma espécie de versão mais descontraída da Festa Literária Internacional de Parati (Flip) e neste ano vai acontecer de quinta (18) a domingo (21) — com direito a programação extra na chamada “ressaca”, nos dias 24 e 25. A ideia do evento nasceu quando o escritor pernambucano Marcelino Freire estava na Flip em 2004. “A Balada surgiu por causa da cerveja. Não havia uma gota em Parati, e eu propus ao Samuel Seibel, dono da Livraria da Vila, fazermos algo do gênero na Vila Madalena, onde não faltam bares”, conta Freire. A homenageada desta edição é a escritora Lygia Fagundes Telles, que abre o evento em uma conversa com a jornalista Mona Dorf, o escritor Nelson de Oliveira e a atriz Leandra Leal. Desanimada com o desinteresse da juventude pela literatura, Lygia, que está com 87 anos, tem fé em um futuro em que a leitura seja mais valorizada e pretende falar sobre isso: “Num país como o nosso, o escritor é um sonhador. E é preciso sonhar até o fim, até a morte”.
OS DESTAQUES DA FESTA DAS LETRAS
QUINTA-FEIRA (18)
11h – Livraria da Vila — Bate-papo com Lygia Fagundes Telles
20h30 – Centro Cultural b_arco — Show da cantora Fabiana Cozza
SEXTA-FEIRA (19)
11h – Livraria da Vila — Wilson Freire, Emicida, Everton Behenck e Hugo Possolo debatem rap, improviso e poesia
14h30 – Livraria da Vila — Sérgio Roveri, Beth Goulart e Marcelo Rubens Paiva falam de teatro e literatura
SÁBADO (20)
11h – Livraria da Vila — Oficina com Luiz Antonio de Assis Brasil
17h – Biblioteca Alceu Amoroso Lima — Bate-papo com o poeta Augusto de Campos
DOMINGO (21)
11h – Livraria da Vila — José Castello lança o romance Ribamar e debate filosofia, crítica e literatura com Antonio Cicero
20h – Espaço Cultural b_arco — Show de encerramento com a banda carioca Os Outros