Eleito pelo PL (Partido Liberal) em São Paulo, o vereador Thammy Miranda voltou a ser alvo de haters nas redes sociais após anunciar a sua saída do partido.
A decisão foi tomada horas depois da legenda anunciar a filiação do presidente Jair Bolsonaro, na manhã da última terça-feira, 30 de novembro.
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A desfiliação do vereador foi divulgada por ele em suas redes sociais. No vídeo, ele comenta ter ideias diferentes do presidente, além de ter sofrido ataques pessoais dos integrantes da família Bolsonaro.
As críticas envolvem não só aspectos da atuação do parlamentar, mas também de sua vida pessoal. Alguns o acusaram de ser intolerante.
“Em relação aos haters, era mais do que esperado. E eu já estou acostumado com isso ao longo da minha vida e principalmente agora na política”, afirmou à Veja São Paulo.
O vereador afirma que evita ler os comentários e não dá atenção aos conteúdos postados. “Eu preciso dar atenção para quem participa, opina e sugere coisas legais para mim e para a minha família. É nisso o que eu foco”, diz.
Em janeiro de 2020, uma foto do vereador ao lado de sua mulher, Andressa Ferreira e do filho do casal, foi publicada pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) sem legenda alguma ou comentário. A exposição de sua família levou Thammy a questionar o filho “02” de Jair Bolsonaro.
Ainda em 2020, o filho “03”, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), criticou a empresa Natura por uma campanha publicitária do vereador para o Dia dos Pais. Em vídeo, Thammy rebateu o que classificou como discurso de ódio.
Filiação
A filiação de Bolsonaro ocorreu em um hotel da região central de Brasília (DF), e contou com a presença de nomes tais como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PF), além o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.
Integrantes da sua gestão, tais como o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que trava uma luta contra o movimento negro e o “comunismo”; e o secretário da Pesca, Jorge Seif, que já foi investigado sob a suspeita de ter sido um dos impulsionadores dos atos antidemocráticos de 7 de Setembro; e ainda a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que ficou conhecida como “Capitã Cloroquina” por defender o medicamento ineficaz contra a Covid-19, também compareceram.
Entre os ausentes, o 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM). Em seu perfil no Twitter, ele postou na terça-feira (30) que era dia de festa no PL, e que ele respeitaria isso. O deputado disse que só se manifestaria a respeito da filiação de Bolsonaro nesta quarta-feira (1º), anúncio que não havia sido feito até a conclusão deste texto.