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Culto aos anos 80 ganha fôlego com baladas novas e sucessos antigos

Comics, The History e Trash 80’s são alguns achados da década perdida na noite paulistana

Por Marcos Sergio Silva
Atualizado em 5 dez 2016, 17h12 - Publicado em 5 Maio 2012, 00h50
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  • Um painel com ícones do passado decora a fachada do prédio branco de três andares da Rua Deputado Lacerda Franco, em Pinheiros. Imagens do brinquedo cubo mágico e da cantora Madonna, na fase “Like a Virgin”, estão entre os destaques. Do lado de dentro, cerca de 600 pessoas chacoalham na pista ao som de músicas lançadas há trinta anos. O lugar reúne frequentadores de várias gerações, como a empresária Valéria Magalhães, de 37 anos, que curte entrar na máquina do tempo que a faz voltar à época da adolescência. Os mais jovens, como a estudante Ana Paula Bernardo de Lima, 24, marcam presença devido à curiosidade de experimentar uma balada diferente. Ambas fazem parte do grupo que vem lotando a boate 80’s, que abriu as portas em abril.

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    Desde que a nostalgia se tornou um grande negócio, nenhuma década havia dominado tanto a noite paulistana. Hoje, há pelo menos meia dúzia de casas na cidade inspiradas na época, a maioria com salões lotados. A 80’s tenta se diferenciar ao fugir de truques muito usados pela concorrência, como abusar de trilhas sonoras infantis (Balão Mágico e outros) para criar um clima trash. Em vez disso, investe em hits de bandas como New Order (quem frequentou casas como o Rose Bombom vai sentir saudade). O proprietário, Marcos Vicente, acumula a experiência de ter promovido durante quase vinte anos, até 2011, a festa itinerante Autobahn, que passou por diversos endereços e foi a precursora do gênero. “Criamos agora um espaço para poder caprichar no atendimento”, diz.

    Além de ajudar seu dono a realizar o sonho de uma casa noturna própria, a popularidade da Autobahn serviu para motivar a concorrência. O empresário Felipe Candalaft cita a festa como uma de suas maiores inspirações para abrir a Comics, há algumas semanas, em Pinheiros. Além do movimento de quinta a sábado, o local tem atraído festas de aniversário nos outros dias. “É um grande bufê de adulto, com bala de coco e mesa de papel crepom”, descreve. O set dos DJs, cheio de hits de Mara Maravilha e outros astros infantis, inclui também bastiões da axé music, como A Nova Loira do Tchan. Na semana de inauguração, o DJ convidado foi o ator Orival Pessini, devidamente caracterizado como o personagem Fofão.

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    Como geralmente ocorre no caso dos endereços mais segmentados — o espaço sertanejo Villa Country é um bom exemplo —, as casas mais tradicionais sobrevivem ao êxito das novatas. A Trash 80’s, que soma dez anos, quase todos no Clube Caravaggio, no centro, costuma ter fila na porta e esgotar facilmente a capacidade de 600 pessoas. Em março, promoveu a maior festa de sua história, com 1.300 participantes. Criada em 2008, a The History, na Vila Olímpia, também não dá sinais de cansaço. Com entrada de 38 a 75 reais, a depender do dia, tem faixa etária média mais madura. “A proposta é atrair gente de 30 a 50 anos”, afirma Iraí Campos, 52, ele próprio coautor de um ícone oitentista, o remix de Loiras Geladas, do grupo RPM. Ali, os seguranças estão vestidos de Al Capone, e uma performance de abertura inclui um mix de sucessos da época, covers de Michael Jackson e Madonna, com um texto introdutório lido pelo apresentador César Filho.

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    Para quem quer ir longe no tempo, porém, poucos cenários são tão apropriados quanto o da Limelight. Na época de sua inauguração, em 1991, num endereço da fase boêmia da Rua Franz Schubert, era o templo dos modernos da capital. Hoje, fincada na Vila Olímpia, funciona como um grande bailão movido pelos sucessos antigos. Os frequentadores, a maioria com mais de 40 anos, se jogam na pista sem medo de cantar junto e exagerar nos passos. “No começo, era um lugar para ver e ser visto”, afirma o proprietário, J. Dávila. “Agora, o meu público é low profile, gente que tem na boate um lugar para extravasar.”

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    EU TENHO A FORÇA

    Onde dançar ao som da época


    80’s

    Oitentismos: exposição de brinquedos como Comandos em Ação

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    Hit: “It’s My Life”, do Talk Talk


    Comics

    Oitentismos: intérpretes de Fofão, Bozo e outros ícones atuam como DJs

    Hit: “Superfantástico”, do Balão Mágico


    The History

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    Oitentismos: covers de astros pop

    Hit: “Don’t Stop ‘til You Get Enough”, de Michael Jackson


    Limelight

    Oitentismos: pôsteres de ídolos como Madonna

    Hit: “A Little Respect”, da banda Erasure

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    Trash 80’s (no Clube Caravaggio)

    Oitentismos: decoração cheia de neon

    Hit: “Lua de Cristal”, de Xuxa

     

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