Nada do que a grife francesa tenha criado reluz tanto — e, veja bem, falamos da fabricante dos produtos mais cobiçados do planeta — quanto os diamantes monogramados chamados de LV Cut. Ideia de Lorenz Bäumer, responsável pela alta joalheria da Louis Vuitton, eles reproduzem a flor de quatro pétalas e a estrela de quatro pontas que integram a famosa estampa vista nas bolsas da marca. Um tem 77 faces e outro, 65 — mais do que as 56 que caracterizam o diamante com lapidação brilhante. As pedras, lançadas em 2009, enfeitam brincos (26 000 reais) como os abaixo, assimétricos, o único par à venda no Brasil.
A FAVORITA DO TAPETE VERMELHO
Se uma celebridade do porte de Sarah Jessica Parker exibe criações de uma marca durante o Oscar, a grife em questão imediatamente vira objeto de desejo de milhares de mulheres ao redor do planeta. Por isso mesmo, as empresas recorrem a artifícios como patrocinar viagens de férias ou dar presentes caríssimos aos stylists, profissionais que escolhem roupas e acessórios das atrizes. Nessa guerra reluzente — em todos os sentidos, diga-se —, quem brilha mais no tapete vermelho é a Fred Leighton.
Aberta no fim da década de 70, a joalheria da Avenida Madison, em Nova York, especializou-se no garimpo e na venda de peças dos séculos XVIII, XIX e da primeira metade do XX. Mantém ainda uma linha própria com design inspirado no passado. Mora aí o segredo do seu sucesso com as estrelas mais visadas e fashion. Quando todos davam de ombros às joias vintage, Leighton (cujo nome de batismo é Murray Mondschien, antes vendedor de vestidos étnicos para noivas no bairro boêmio de Greenwich Village) começou a comprar compulsivamente heranças de famílias alheias. O tempo mostrou que ele estava certo. Mais do que quilates de ofuscar, a mensagem de uma peça dele aos súditos de Hollywood é que a atriz em questão é única, preciosa e impossível de imitar.
25 MILHÕES DE DÓLARES
é o preço do relógio de pulso mais caro do mundo. Apresentado pela joalheria Chopard em 1997, a peça única chama-se Chopardissimo. Totaliza 163 quilates, distribuídos em três diamantes centrais lapidados em forma de coração (um rosa de 15 quilates, um azul de 12 quilates e um branco de 11 quilates), além de outros, amarelos e brancos, no bracelete — a ideia era lembrar um jardim. Sim, já foi vendido.
APENAS 70 PEÇAS POR ANO
Conhecido entre suas abonadas clientes pelo acrônimo JAR, o joalheiro americano Joel Arthur Rosenthal mantém desde 1977 um ateliê em Paris. Fica na Place Vendôme, com passagem direta para o Hotel Ritz, sem vitrines nem horário de funcionamento — só recebe com hora marcada, em encontros que duram duas horas.
É chamado de “Fabergé contemporâneo”, devido à delicadeza e à perfeição de suas criações. Produz não mais que setenta joias por ano. Natureza é seu tema predileto e pavé a sua técnica registrada. Se achar que um modelo não vai ficar bem na mulher que o encomendou, recusa-se a vendê-lo. E olha que os mais acessíveis custam a partir de 85 000 reais. “Minhas peças são arte, e não uma conta bancária pendurada nas orelhas.”
10 000 DESENHOS ORIGINAIS
do duque italiano Fulco di Verdura, autor do famoso bracelete cruz de malta de Coco Chanel, esperam virar colares e afins no ateliê Verdura, em Nova York. Além das joias-à-porter, há um serviço sob medida idêntico ao que Fulco oferecia à grife criada pela costureira francesa.
UM GÊNIO CHAMADO SCHLUMBERGER
Arquirrival de Coco Chanel em gosto e criações, Elsa Schiaparelli encontrou em Jean Schlumberger um joalheiro à altura para competir com a extravagância de Fulco di Verdura. Tão colorido e suntuoso quanto o designer-duque, o joalheiro francês se valeu da ousadia de Schiap — apelido de Elsa nas rodas de amigos surrealistas como Salvador Dalí — para criar os famosos botões em forma de inseto dos suéteres da costureira italiana na década de 30. Logo esse francês disputaria com Verdura um espaço na caixa de joias de Marlene Dietrich, Greta Garbo e da mais importante editora de moda do século XX, Diana Vreeland. De 1956 até o fim dos anos 70, Schlumberger desenhou peças para a Tiffany & Co., como estes braceletes abaixo. Sua coleção, icônica e já exposta no Museu de Artes Decorativas de Paris, até hoje é vendida pela joalheria. É como usar uma obra de arte no pulso.
“Quem procura a turmalina paraíba é alguém que já tem todas as outras pedras importantes, como diamantes e rubis.”
Christian Hallot, relações-públicas da H. Stern. Descoberta na Paraíba em 1982, a gema de cor azul elétrico é uma das estrelas da joalheria brasileira: alcança 30 000 dólares por quilate em leilões. As peças da grife carioca fundada pelo alemão Hans Stern custam a partir de 62 000 reais.
2,38 BILHÕES DE DÓLARES
é o que vale a marca Tiffany & Co., uma valorização de 6% em relação a 2008. O segredo da alta foi seguir à risca, mesmo no auge da crise econômica, o mandamento do fundador, Charles Tiffany: jamais entrar em liquidação.
Fonte: Millward Brown Optimor
10 000 DÓLARES
é o valor por unidade que pode atingir uma pérola South Sea, derivada da ostra dourada ‘Pinctada maxima’, cultivada na Austrália
COMO SE CALCULA O PREÇO DE UMA JOIA COM PÉROLAS
Elas se originam de um processo de defesa das ostras, e de lá saem para enfeitar pescoços e orelhas mundo afora. O que determina seu valor? Em primeiro lugar, o tamanho — quanto maior o diâmetro das bolinhas, mais caras. Também influi na equação o brilho do nácar, substância produzida pelo molusco para envolver o intruso e que, após seis anos, resulta na gema. Outro aspecto levado em conta é a superfície, que deve ser a mais uniforme possível. O mesmo vale para a forma: as esféricas predominam na escala de preferência, seguidas pelas chamadas simétricas (ovais, em formato gota e botão) e pelas irregulares (em forma de arroz). Pérolas de água salgada, em geral mais uniformes, têm preferência em detrimento das de água doce. Cor não entra na conta. Brancas ou pretas, amareladas ou rosadas, é uma questão de gosto.
11 DE JULHO DE 1893
Foi a data em que a primeira pérola cultivada se revelou para o mundo. Depois de quatro décadas de experimentos, finalmente Kokichi Mikimoto encontrou uma conta dentro de uma ostra na sua fazenda na Ilha de Tatokujima, no Japão. De raríssimas — 3 toneladas de ostras produzem, sem interferência humana, no máximo quatro pérolas — , passaram a ser possíveis. A empresa fundada por Mikimoto é hoje a maior produtora mundial das gemas.
1 MILHÃO DE ANÉIS
do modelo B.zero1 foram vendidos desde o lançamento, em 2000, pela Bulgari. É o best-seller — e o clássico — da joalheria italiana no mundo.
A MARCA DA PANTERA
Nem bem desembarcou no país, um de dois exemplares do relógio Secret Hours — caixa de ouro e diamantes e cabeça em formato de pantera com olhos de turmalina, num total de 2,79 quilates de diamantes — foi arrematado. O preço, 170 000 reais, como se vê, não afugenta os apaixonados pelo felino. Marca registrada da Cartier, apareceu pela primeira vez em 1914, num relógio que reproduzia, em diamantes brancos e ônix, a pelagem.
Uma década mais tarde, a pantera entrou definitivamente para o repertório da joalheria francesa. Já a turma da moda caiu nas garras do feroz bichano em 1948, depois que a duquesa de Windsor, um dos ícones de estilo do século XX, passou a desfilar com o broche do gato selvagem de ouro sobre um cabochon de esmeralda.
115 MILHÕES DE DÓLARES
é o que faturou a Tiffany & Co. com a coleção Keys, hit absoluto lançado em abril de 2009. A quantia equivale à venda, por dia, de 2 222 chaves ovais de prata, o modelo mais acessível da linha, em todo o mundo (415 reais).
“Você não pode se consolar nos ombros de um diamante, e eles também não vão mantê-la aquecida à noite. Mas são, sem dúvida, divertidos quando o sol está brilhando.”
Elizabeth Taylor
“Seria muito glamouroso reencarnar como um gigantesco e brilhante anel nos dedos de Liz Taylor.”
Andy Warhol