Em ‘Bonequinha de Luxo’, Holly Golightly arrasta o vizinho e paquera Fred para dentro da Tiffany & Co. da Quinta Avenida. O sujeito se propõe a comprar um presente e, eis a saia justa, só tem dinheiro no bolso para bancar algo de dois dígitos — e olhe lá! “Não sei se acharemos algo por 10 dólares aqui”, diz a personagem de Audrey Hepburn, diante das vitrines de diamantes. O único item que cabe no orçamento do casal é um discador de telefone de prata que, com impostos, custava, na Nova York dos anos 60, 6,75 dólares. Percorremos lojas luxuosas de São Paulo (a Tiffany inclusive) para descobrir compras modestas. Fred, o bonitão do filme, aprovaria.
CHANEL
ESMALTE
92 REAIS
Gabrielle “Coco” Chanel odiava unhas longas. Queria as mãos das funcionárias sem pintura nenhuma, o que considerava garantia de assepsia para mexer nos materiais finos da alta-costura. A grife fundada por ela, quem diria, hoje dita tendência também nos esmaltes. Pensados para acompanhar as cores de uma determinada coleção de prêt-à-porter, eles são lançados na passarela de Paris e viram objetos de desejo quase que imediatamente. No inverno, reinou o particulière, na cor cinza-rato (isso mesmo que você leu). O verão promete ser do turquesa nouvelle vague.
LOUIS VUITTON
CAIXA COM NOVE GUIAS DE VIAGEM
250 REAIS
Viagem está na origem da grife, fabricante de malas finas no século XIX. É natural que a Vuitton explore tal expertise publicando guias de turismo. A edição 2011 do ‘European Cities’ cobre trinta cidades, num total de quase 7 000 endereços testados e aprovados.
MARC JACOBS
ANEL
280 REAIS
De metal coberto com esmalte, parece infantil demais para uma mulher adulta. Ah, mas é um acessório Marc, poxa! Então, elas certamente acharão uma graça.
CAROLINA HERRERA
LENÇO
300 REAIS
Com 53 centímetros de largura e outros 52 de comprimento, é de seda e importado da Espanha. Cada coleção tem mais de cinquenta variedades de estampa.
DIOR
VELA
330 REAIS
Com aroma de tutti-frutti, vem na embalagem com estampa de leopardo, uma das favoritas do costureiro Christian Dior nos áureos anos 50.
ERMENEGILDO ZEGNA
PORTA-CARTÕES
390 REAIS
Como presente, pode ser tão palpitante quanto o tal discador de prata do filme ‘Bonequinha de Luxo’ (ou seja, nada emocionante). Porém, um porta-cartões de couro é indiscutivelmente útil para homens de negócios finos.
GUCCI
NÉCESSAIRE
420 REAIS
O.k., não é de couro, mas de náilon. Nem traz as listras verdes e vermelha emblemáticas da marca. Mas o monograma com as duas letras G entrelaçadas está ali, numa discreta versão.
MONTBLANC
CARTEIRA
531 REAIS
Mede 11 centímetros de largura por 10 de comprimento, tem espaço para cartões de crédito e porta-moedas. Confeccionada em couro de carneiro, algodão e seda canelados, é à prova d’água.
SALVATORE FERRAGAMO
GRAVATA
599 REAIS
Umas são tramadas em jacquard. Outras têm estampas com motivos clássicos ou bem-humorados como guaxinins e trevos. Todas são 100% seda e 100% chiques.
TIFFANY & CO.
PINGENTE DE PRATA
610 REAIS
Abelhas, xícaras, chinelinhos, corações, lambretas… Imagine uma forma, e ela está materializada num dos 264 berloques da joalheria. Antes de se entusiasmar para formar a coleção completa, convém avaliar se não é possível encontrar uma joia mais poderosa pelos 161 000 reais que gastaria para comprar todos.