O cardiologista Adib Jatene morreu na noite desta sexta (14), aos 85 anos, após sofrer um infarto agudo do miocárdio. O médico, que foi ministro da Saúde nas gestões de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, passou mal em casa e foi levado ao Hospital do Coração, onde faleceu.
O velório será das 9h às 16h no anfiteatro do edifício Dr. Adib Jatene, no próprio HCor. O enterro está marcado para as 17h, no Cemitério do Araçá.
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Ele já havia sido internado em setembro, após sofrer o mesmo tipo de infarto. Além disso, em maio de 2012, estava em sua sala no HCor, onde atuava como diretor geral, quando passou mal. Em entrevista à VEJA SÃO PAULO depois de sua recuperação, ele afirmou que diagnosticou o próprio infarto.
Na época, ele escreveu: “Meu infarto, aliás, só não foi mais grave porque sempre pratiquei muito esporte e, por isso, tenho o que se chama de circulação colateral (desenvolvimento de vasos sanguíneos que servem de alternativa para o fluxo quando outros estão obstruídos). Hoje, faço caminhada, sou um bom paciente. Nunca passei de 90 quilos. A única coisa que me é desfavorável é ter ficado diabético de dez anos para cá (em decorrência de uma pancreatite). Tomo a medicação corretamente, não sou hipertenso, não fumo e não sou irritadiço, apesar de emotivo. Fiz tudo ao meu alcance, com a exceção dessa colocação de stent, que deveria ter sido realizada antes. Evidentemente, nunca se deve adiar o tratamento dessa forma devido a compromissos e correr o risco que eu corri.”
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Entre seus feitos na medicina, está a primeira cirurgia de ponte de safena do país. Ele também desenvolveu o primeiro coração-pulmão artificial do Hospital das Clínicas, nos anos 50, um modelo de oxigenador do plasma, na década de 60, e inventou uma técnica de correção de artérias transpostas em bebês, que ficou conhecida mundialmente como Cirurgia de Jatene.
Nascido em Xapuri, no Acre, filho de um comerciante e uma dona de armarinho, foi criado em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Chegou a São Paulo para estudar na USP, onde conheceu seu grande mentor, Euryclides Zerbini (1912-1993), que realizou em 1968 o primeiro transplante de coração no Brasil.
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No setor público, foi secretário estadual de Saúde, quando o governador era Paulo Maluf, e ministro da mesma área duas vezes, nas gestões Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Nos anos FHC emplacou a ideia da contribuição provisória sobre movimentação financeira (CPMF), para aumentar a arrecadação na saúde pública e coibir a sonegação.
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