Aos 52 anos, o paulistano Iraí Campos tem experiência de sobra na função de DJ. Desde o começo dos anos 80, discotecou em clubes renomados como Toco e Aquarius e comandou oito programas de rádio. Hoje, apresenta-se às sextas e aos sábados na casa noturna dedicada aos flashbacks da qual é proprietário, a The History, na Vila Olímpia, que completa três anos neste mês.
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VEJA SÃO PAULO —
Qual foi a primeira vez que você tocou?
Irai Campos — Na minha adolescência, visitei a matinê de um clube na Zona Norte chamado Tio Sam. Fiquei igual a uma criança na Disney, encantado com o lugar e principalmente com os aparelhos de som da cabine, que pedi para conhecer. Depois de eu voltar várias vezes, o pessoal se cansou da minha insistência e resolveu me ensinar a discotecar. A partir daí não parei mais. Cheguei a tocar todos os dias da semana e até hoje não me cansei da profissão. Não vejo como trabalho. Para mim, é o meu momento de lazer.
VEJA SÃO PAULO — O que faz uma boa festa?
Irai Campos — Acho importante a mistura entre som e vídeo. Quando toco, todas as músicas têm um clipe no telão para acompanhar. Prefiro uma trilha sonora eclética, com rock, flashback, pop e canções antigas. Foi um pecado esquecerem as músicas lentas, era o momento da conquista. Também acho o respeito pelo cliente algo fundamental. Tanto que uso um sistema no qual a pessoa retira uma senha e pode circular pela casa até chamarem seu número no painel para ela pagar a comanda no caixa antes de ir embora.
VEJA SÃO PAULO — Quais as novidades do terceiro ano da The History?
Irai Campos — Investi cerca de 50.00 reais na renovação do espaço. Espelhei todas as paredes e criei um camarote repleto de painéis de LED. As mesas do térreo agora têm um Genius, jogo famoso nos anos 80, acoplado a seus tampos e ligado durante a madrugada toda. Além disso, contratei artistas para fazer breves performances, como cenas dos filmes “Titanic”e “Grease”, um cover da banda Village People e acrobacias em um tecido suspenso.