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Boy Erased, acusado de censura, retrata a “cura gay” de forma pungente

O filme foi lançado nas plataformas digitais, como o NOW, e também em DVD

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 abr 2019, 13h36 - Publicado em 28 abr 2019, 13h34
Lucas Hedges é o protagonista de Boy Erased (Divulgação/Veja SP)
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Boy Erased recebeu uma indicação ao Globo de Ouro 2019 – a de melhor ator coadjuvante para Lucas Hedges. Mas não chegou a ser indicado ao Oscar, além de ter fracassado nas bilheterias americanas. Por causa disso e por uma estratégia comercial, a distribuidora, a Universal Pictures, decidiu cancelar seu lançamento nos cinemas do Brasil, algo que ocorre com frequência. Foi o que bastou para, no início de fevereiro, os ativistas de plantão fazerem barulho nas redes sociais acusando a Universal de “censura”. O motivo? O filme critica a “cura gay” e isso seria um motivo para não estar alinhado ao conservadorismo que impera no Brasil de Bolsonaro. Nada disso!.

Lamento, realmente, que o filme tenha tido seu lançamento cancelado nos cinemas, mas quem sou eu para decidir o que é ou o que não é relevante comercialmente para uma distribuidora estrangeira. O bom disso tudo é que Boy Erased — Uma Verdade Anulada acabou de chegar em DVD (para compra) e às plataformas digitais sob demanda. Eu vi no NOW, pela Net, e confesso ter ficado chocado e surpreso com uma história tão pungente.

Ao contrário de O Mau Exemplo de Cameron Post, em cartaz nos cinemas, é muito pulsante. Acho que a intensidade se deve à fonte: ele é baseado nas memórias do escritor Garrard Conley. No filme, o personagem chama Jared Eamons e é interpretado por Lucas Hedges, que teve uma internação voluntária numa instituição que prometia a “cura gay”.

Filho de pais religiosos (Nicole Kidman e Russsell Crowe), o rapaz, que sente atração por homens, integra um grupo que passa por aulas de “comportamento” e supostos psicodramas, comandados por um pastor, papel do também diretor Joel Edgerton. O filme vai fundo na crítica à “terapia de conversão” para homossexuais, resultando numa conclusão de que não há cura para o que não é doença. Ao fim do filme, é revelado o destino dos personagens e é surpreendente saber o que o aconteceu com o pastor que prometia converter gays em héteros.

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