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Morre Leon Cakoff, criador da Mostra de Cinema

Aos 63 anos, pai de quatro filhos, crítico foi vítima de um melanoma

Por Redação VEJINHA.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 17h43 - Publicado em 14 out 2011, 14h40

A uma semana do início da 35ª Mostra Internacional de Cinema, morreu nesta sexta (14), às 13h05, o seu fundador, Leon Cakoff, aos 63 anos. Ele estava internado desde o dia 1º de outubro no Hospital São José. Em dezembro do ano passado foram diagnosticados dois tumores no cérebro do jornalista e crítico, que havia vencido a luta contra um melanoma em 2002. A progressão das metástases dos tumores cerebrais do melanoma também provocou metástases no pulmão e no fígado.

O velório será realizado no Museu da Imagem e do Som (MIS), entre 17h de hoje e meio-dia de amanhã. Em seguida o corpo será levado para o Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes, onde será cremado.

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Casado com Renata de Almeida, Cakoff deixa quatro filhos (dois com Renata e outros dois com Vera Lúcia Caldas). Há duas décadas, dividia com ela as rédeas do festival. Conheceram-se em Nova York, onde Renata fez um curso de dois anos focado em cinema documental. Cakoff estava já separado de uma amiga, a cineasta Iara Lee.

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A 35ª edição da mostra, que começa no dia 21 e termina em 3 de novembro, terá como traço marcante a quantidade mais enxuta de filmes: 250 títulos — 150 a menos que em 2010. Apenas produções inéditas no Brasil foram selecionadas entre os longas estrangeiros. Trata-se da última medida proposta por Cakoff, que já estava internado devido à doença.

 

Como nasceu a Mostra Internacional de Cinema

Cakoff criou o evento em outubro de 1977, quando era responsável pelo departamento de cinema do Masp. A ideia era comemorar os trinta anos de fundação do museu. Como os tempos eram de ditadura militar, ele teve de submeter à censura prévia os dezesseis longas e sete curtas, incluindo o drama político “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia”, de Hector Babenco. Apenas um curta chinês, identificado como comunista pelos censores, acabou vetado.

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Todos os outros filmes foram projetados em um velho equipamento de 16 milímetros, emprestado pelo Instituto Goethe. Dezesseis mil pessoas marcaram presença no evento e pediram bis. Isso apesar de boa parte das fitas ser apresentada em versão original, sem legendas em português. Entre os títulos, havia produções da Coréia do Sul e das antigas Iugoslávia e Checoslováquia.

Cakoff deixou o Masp em 1983, ao fim da 7ª Mostra. Alegou diferenças irreconciliáveis com Pietro Maria Bardi, que dirigia o museu. “Bardi ofendeu-me mortalmente ao insinuar que eu estaria ganhando dinheiro com o festival e que as contas de bilheteria eram suspeitas”, contou, em seu livro “Cinema sem Fim”, lançado em 2006.

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