Primeiro protesto contra aumento das passagens tem bombas e pelo menos 17 detidos
Um homem foi ferido no peito por uma bala de borracha
O primeiro protesto contra o aumento da tarifa do transporte público organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) teve bombas de efeito moral e terminou com pelo menos 17 detidos. O ato começou em frente ao Teatro Municipal por volta das 18h30 e seguiria para a Praça da Sé, mas houve confronto entre a Polícia Militar e os manifestantes no caminho.
Quando seguiam pela Avenida Nove de Julho, alguns mascarados saíram do percurso e bloquearam os dois sentidos da via. A PM, então, respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Um homem ficou ferido e foi socorrido com sangramento no peito. Ele alega ter sido atingido por uma bala de borracha.
Por causa da confusão, o protesto se dispersou antes das 19h30. Os manifestantes começaram a se espalhar pelas ruas do centro, montar barricadas e atear fogo em sacos de lixo em ruas como Xavier Toledo, Conselheiro Crispiniano e no cruzamento da Avenida São Luís com Rua da Consolação.
Depois, alguns mascarados seguiram para pontos como Praça Roosevelt e Rua Augusta. Uma agência bancária e um ônibus tiveram vidros quebrados, além de dois carros da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e uma viatura policial.
Um pequeno grupo foi para a Avenida Paulista e a PM fechou a via na altura do Masp. Às 21h20, apesar de a manifestação já ter terminado há bastante tempo, ainda havia reflexos no trânsito do centro e da região dos Jardins.
O MPL estima que 7 000 pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não deu nenhuma estimativa oficial, mas afirmou que 17 manifestantes foram detidos para averiguação. A maioria – dez – foi encaminhada para o 78 DP, na Rua Estados Unidos.