Banqueta – Vila Madalena

Resenha por Saulo Yassuda

Em nova fase, o Banqueta se mostra um lugar cada vez mais interessante para os fãs de coquetelaria. Quando surgiu, quase seis anos atrás em Moema, oferecia um emaranhado de clássicos e um punhado de drinques autorais mais simples, com o uso de sucos e geleias. Quem visita o bar hoje percebe o salto na qualidade do que se bebe tanto na unidade pioneira, que mesmo em tempos pandêmicos vivia em estado de animação, como na nova casa da Vila Madalena, aberta em dezembro de 2023. Com um quê tropical — coqueiros estão plantados nos salões —, o novo espaço fica num imóvel acima do nível da rua, com diferentes pavimentos e mesas altas para grupos confraternizarem. A carta bem arquitetada pelo bartender e sócio Igor Bauer junto de Erika Mendes, responsável pelo balcão da filial, dá um rolê pelas macrorregiões brasileiras, com coquetéis que levam ingredientes típicos delas, com o emprego de diferentes técnicas. O Centro-Oeste é representado em opções interessantes como o carandá (uísque americano e uísque saborizado com mel, calda de buriti, limão-siciliano e bitter de laranja mais doce de banana à parte; R$ 36,00), uma mistura clarificada que sai da mesmice pelo sabor da fruta, pouco usada em coquetéis. Se tivesse mais gelado, ficaria ainda melhor. O candango (R$ 37,00) junta uísque, licor de castanha-de-baru, Cynar e perfume de amburana, encorpado e com toque de madeira. O teresina (R$ 34,00), na seção do Nordeste, junta cachaça com infusão de jambu (planta muito identificada com a região Norte), licor de laranja, limão-siciliano e cajuína gaseificada, num mix docinho, refrescante e com um fundo salgado. Entre um gole e outro, dá para distrair o paladar com a porção boneless buffalo (R$ 36,00), pedaços de peito de frango empanados e besuntados em molho de pimenta com creme de queijo azul e conserva de cenoura.

Informações checadas em fevereiro de 2024.