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The Town 2025: “Nunca quisemos fazer um Rock in Rio em São Paulo”, diz curador

Com novidades e promessa de solucionar problemas da primeira edição, o festival retorna neste mês tentando se firmar como uma celebração de São Paulo

Por Tomás Novaes
5 set 2025, 08h00
Arte do palco Skyline: confira tudo sobre o The Town 2025
Arte do palco Skyline: confira tudo sobre o The Town 2025 (Índio San/Rock World/Divulgação)
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Megafestival inspirado na cidade de São Paulo, o The Town chega à sua segunda edição a partir deste sábado (6), seguindo pelos dias 7, 12,13 e 14 com shows de estrelas internacionais e brasileiras e muitas outras experiências no Autódromo de Interlagos, com a promessa de corrigir problemas da sua estreia, há dois anos.

Irmão mais novo do Rock in Rio, criado e produzido pela mesma empresa, a Rock World, liderada por Roberto Medina, o evento retorna com mudanças no mapa e outras novidades. “Os dois palcos principais têm uma linguagem parecida. Os outros três, além da montanharussa, da roda-gigante e da tirolesa, complementam a experiência de pessoas, amigos ou famílias que vão mas não precisam ter o mesmo gosto musical”, explica Roberta Medina, vice-presidente da Rock World, sobre o pensamento por trás da programação (confira as entrevistas com artistas neste link).

No primeiro dia (6), os destaques são o astro do trap Travis Scott, que atrai um público mais jovem, e a respeitadíssima Ms. Lauryn Hill, ícone do R&B. O domingo (7) é o dia do rock, com Green Day e Iggy Pop como grandes destaques. A sexta-feira (12) é dedicada ao pop, com Backstreet Boys, Jason Derulo e Luísa Sonza. O último final de semana começa com uma seleção de grandes vozes, no dia 13, com Mariah Carey e Lionel Richie, entre outros, e termina com mais divas pop, como Katy Perry e Camila Cabello, no dia 14.

Além das obviedades, a curadoria traz escolhas interessantes, com nomes em plena ascensão, como a rapper Duquesa, o cantor Jota.pê, que se apresenta com João Gomes, e o encontro de Os Garotin e Melly. A presença luxuosa de Lionel Richie e a dobradinha de Jacob Collier, músico virtuoso cujos shows são experiências únicas, também amarram bem a diversidade sonora. Isso apesar de, entre os cinco headliners do maior palco, o Skyline, três (Katy Perry, Travis Scott e Mariah Carey) terem se apresentado no Rock in Rio em 2024.

“Esses artistas esgotaram em duas horas no ano passado. Quando isso acontece em um festival com 100 000 pessoas por dia, pensamos que existe um público gigante que não conseguiu ver”, afirma Zé Ricardo, vice- presidente artístico da Rock World e curador do festival. Segundo ele, também há uma dificuldade crescente em conseguir trazer os tais nomes gigantescos. “Nós queremos os melhores headliners do mundo, estamos buscando todos aqueles artistas citados na internet. ‘Por que não trouxe a Beyoncé?’, como se você não tivesse pensado nisso ou não quisesse chamá-la. A gente tenta cada vez mais trazer essas megastars, que são cada vez menos”, comenta.

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O diretor artístico Zé Ricardo: responsável pela curadoria do Festival de Verão
O curador Zé Ricardo: vice-presidente artístico da Rock World (Gabriel Monteiro/Divulgação)

No caso das estrelas brasileiras, segundo o curador, um problema é a oferta. “Você não tem vinte nomes do pop no Brasil que esgotam ingressos para 10 000, 15 000 pessoas. Por isso, em um line-up como o nosso, terá artistas que se apresentaram em outros eventos. Qual é a diferença? Os shows não são iguais, trazemos o maior número possível de apresentações exclusivas”, explica.

Entre as novidades deste ano está o novo palco, Quebrada. “Ele vai muito além da música, com uma pegada cultural e artística muito forte. Abrimos todos os dias com um balé com mais de vinte dançarinos. Logo depois, temos a maior batalha de rimas do Brasil, a Superliga The Town, com 32 MCs”, detalha Ana Deccache, diretora de marketing do evento.

O espaço VIP, localizado próximo ao palco Skyline, retorna nesta edição com mais que o dobro do tamanho e uma cenografia inspirada em espaços industriais. No mapa, uma dança das cadeiras foi feita para garantir um fluxo melhor que na primeira edição, na qual a proximidade entre os principais palcos — The One e Skyline — causou um gargalo, dificultando a passagem das pessoas. Agora, o The One e o estreante Quebrada estão no declive do Autódromo, que forma uma espécie de anfiteatro natural com os morros. O São Paulo Square está no local do The One e o Factory ocupa a área do primeiro. Já o Market Square está mais centralizado e conta com uma área externa inteiramente nova.

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O festival em 2023: estreia do evento teve shows de Post Malone, Bruno Mars, Foo Fighters e Maroon 5, entre outros
O festival em 2023: estreia do evento teve shows de Post Malone, Bruno Mars, Foo Fighters e Maroon 5, entre outros (Wesley Allen/Divulgação)

Ao lado do Skyline, um superafter inédito, chamado The Tower, encerra a programação em grande estilo. O espetáculo começa todos os dias após o último show do palco principal, com efeitos especiais, bailarinos, orquestra, DJ set, espelho d’água, uma torre gigante de LED e um dragão cenográfico. Na estrutura, o festival ainda tem mais de oitenta espaços de ativação de marcas parceiras, caso da Cinemark, que estará com dois estandes temáticos dos lançamentos Tron: Ares e Anaconda; da Trident, com uma área imersiva que inclui um tobogã; e da Johnnie Walker, onde os visitantes podem criar os seus beats. Ao todo, serão cerca de setenta brindes distribuídos pelas setenta marcas que estarão lá.

Um novo espaço também estreia nos bastidores: é o The Flow, lugar pensado para os artistas interagirem. “O conceito foi criar um ambiente de troca profunda e bate-papo. Não é que fica todo mundo sentado conversando, é uma festa, mas com outro objetivo”, explica Zé Ricardo. O espaço exibe quadros do artista plástico carioca René Machado, da série Compositions.

O palco Quebrada: novidade no The Town 2025
O palco Quebrada: novidade no The Town 2025 (The Town/Divulgação)
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O The Town trabalha com a capacidade de receber 100 000 pessoas em cada um dos cinco dias, número alcançado na edição de estreia, em 2023, que reuniu meio milhão de pessoas. Porém, diferentemente de dois anos atrás, até o fechamento deste texto nenhuma das datas estava esgotada — à época, na véspera da primeira tarde de festival, três dos cinco dias não tinham mais ingressos disponíveis.

Em meio a um calendário de grandes turnês em estádios e outros megafestivais, a maioria com preços altíssimos (os ingressos restantes para o The Town 2025 custam R$ 975,00 a inteira, por dia), é um desafio manter o interesse do público a cada ano. “Os festivais estão potentes como sempre foram, mas é necessário pensar na experiência. Cada vez mais pessoas viajam atrás de entretenimento, não só de música, mas também de esporte, corridas, maratonas”, pontua Roberta Medina.

E o que amarra toda a oferta de boas memórias que o The Town busca oferecer? Qual a alma do evento? “É um festival apaixonado pela cidade, que quer se conectar com ela cada vez mais ao longo dos anos. Queremos que o The Town seja um orgulho do público paulista”, responde Zé Ricardo. “É um evento com muita personalidade. Se o Rock in Rio não existisse, o The Town seria uma coisa impressionante. Ter os mesmos produtores ajuda, mas também confunde — nunca quisemos fazer um Rock in Rio em São Paulo. O festival ainda é um bebê, cada vez mais ele vai amadurecer e deixar essa conexão com São Paulo mais clara”, acredita. O festival devoto à cidade tenta se encontrar.

*Colaboraram Luana Machado e Mattheus Goto

Publicado em VEJA São Paulo de 5 de setembro de 2025, edição nº 2960

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